22 ago, 2019 - 08:38 • Redação com Lusa
Um mês depois da luz verde do Conselho de Ministros, são assinados esta quinta-feira os contratos para a compra de cinco novos aviões KC-390 - aparelhos que vão substituir os C130 que já estão desatualizados.
Em entrevista à Renascença, o Ministro da Defesa explica que os novos aviões podem ser usados para fins militares e civis. Contudo, em caso de incêndios, João Gomes Cravinho diz que estes aparelhos apenas vão atuar em situações excecionais.
“Estamos a falar de aviões de grande capacidade e, portanto, só em situações excecionais é que podiam ser utilizados, mas o montante inclui dois kits para combate a incêndios e, por isso, poderão ser utilizados para esse fim”, explicou o ministro, dando como exemplo o fogo no pinhal de Leiria.
O negócio de 827 milhões de euros inclui a aquisição de um simulador de voo e a manutenção das aeronaves nos primeiros 12 anos de vida.
O primeiro destes aviões de carga e transporte do grupo brasileiro Embraer será entregue à Força Aérea Portuguesa (FAP) em fevereiro de 2023, seguindo-se mais um por cada ano até fevereiro de 2027, no âmbito dos contratos.
Portugal é o primeiro país europeu a adquirir os KC-390, que são produzidos maioritariamente no Brasil, com componentes fabricados no Parque da Indústria Aeronáutica de Évora, de acordo com o Ministério da Defesa Naciomal (MDN).
A Força Aérea brasileira foi o primeiro cliente dos aviões.
“O KC-390 vai substituir a frota de C-130, com já 40 anos de idade e que está no limite da sua utilizabilidade", com "duplo uso - civil e militar, incluindo combate aos incêndios", disse o ministro da Defesa após o Conselho de Ministros que aprovou a compra dos aviões, em 11 de julho.
Segundo João Gomes Cravinho, o KC-390 tem “características inovadoras porque é de alcance intercontinental”, sendo “um avião com dois motores, mas com capacidades que normalmente apenas os aviões de quatro motores conseguem atingir".
A primeira parcela de pagamentos, no valor de 32,2 milhões de euros, será feita ainda em 2019, num calendário que irá até 2030, somando 827 milhões de euros, o montante previsto na Lei de Programação Militar, estabelece a resolução.
Em 10 de setembro de 2010, os então ministros da Defesa de Portugal e do Brasil assinaram uma declaração de intenções assumindo o compromisso de "alargar e aprofundar a cooperação entre os dois países no setor aeronáutico, como uma das prioridades conjuntas para dar início às negociações bilaterais tendo em vista a definição dos termos e condições da participação de Portugal no Programa de Desenvolvimento e Produção das Aeronaves KC-390".