29 ago, 2019 - 12:46 • Anabela Góis , Cristina Nascimento
A diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, recomenda aos pais que não atrasem a vacinação contra o sarampo.
O apelo surge depois da Organização Mundial da Saúde (OMS) ter-se mostrado preocupada com a subida do número de casos de sarampo no mundo. Só na Europa há quatro países, entre eles o Reino Unido, onde voltou a haver registo da doença, depois de ter sido dada como eliminada.
Em Portugal a taxa de vacinação é muito elevada e por isso “as pessoas não têm medo da doença e passam a não valorizar a vacina”, mas “o risco não é zero”, diz Graça Freitas à Renascença.
“Em vez de vacinar os filhos aos 12 meses, atrasam para os 13, 14, 15 meses e vão atrasando. Durante esse período em que os meninos ficam por vacinar obviamente estão em risco. Se houver muitas pessoas nessas circunstâncias a partir de um caso importado pode haver estes surtos”; explica a diretora-Geral.
Graça Freitas refere, no entanto, que Portugal está “em contraciclo” com aquilo a que se assiste noutros pontos do mundo.
“Em 2018 tivemos a maior cobertura de vacinação contra o sarampo. Para a primeira dose, aos 12 meses de idade, conseguimos taxas na ordem dos 99% e para a segunda dose entre 96% e 98%”, especifica.
Graça Freitas diz que “em Portugal, os surtos que aconteceram em 2017 e 2018 tiveram até um efeito positivo que foi alertar as pessoas para a importância da vacinação e para a proteção”. “Portugal é um dos países que não tem casos a não ser importados”, garante.
O reverso da medalha é que há “maior probabilidade de importação”, embora “a probabilidade de propagação seja menor”.
Um relatório de agosto da Organização Mundial de Saúde revela que nos primeiros seis meses do ano o total de casos contabilizados é o maior registado desde 2006.
Já foram registados cerca de 364.808 casos de sarampo em todas as regiões da OMS.