13 set, 2019 - 11:39 • Lusa
O diretor clínico do Hospital Garcia de Orta, em Almada, reconhece alguns constrangimentos no último mês na cirurgia geral, com ausência inesperada de cinco profissionais, mas garante que as escalas na urgência estiveram sempre preenchidas.
"Nunca esteve em cima da mesa e em momento algum a direção clínica ou o Conselho de Administração deu indicações para a cirurgia geral deixar de ter presença física nas 24 horas do serviço de urgência na composição das escalas", disse Nuno Marques, sublinhando que a prestação de cuidados de saúde à população não foi nunca posta em causa.
Sublinhando que os chefes de serviço que entregaram na quinta-feira uma carta de demissão à administração se mantêm em funções, o responsável disse que os motivos dados por estes profissionais não são novos. "Os motivos elencados são motivos que se arrastam há vários anos, são situações de constrangimentos quer da estrutura organizacional do serviço de urgência quer da composição das escalas e, de facto, não são uma questão de motivo recente", disse o diretor clínico.
Sobre a alegada retirada da cirurgia geral da presença física no serviço de urgência, que segundo a Sociedade portuguesa de Medicina Interna tinha sido um dos motivos dos protestos dos internistas do Garcia de Orta, o responsável garante: "Nunca esteve em cima da mesa e em momento algum a direção clínica ou a administração deram indicações para a cirurgia geral deixar de ter presença física nas 24 horas do serviço de urgência na composição das escalas".
Serviço de urgência com alguns problemas
"Houve alguns constrangimentos no último mês, pois tivemos a ausência não esperada de cinco [profissionais da cirurgia geral], que por motivos de saúde e licenças de maternidade deixaram de integrar escalas. Mas temos conseguido colmatar o défice desses cirurgiões e as escalas têm tido a composição habitual com urgência aberta", explicou.
Depois de a carta ter sido enviada, o diretor clínico reuniu-se com os profissionais em causa, tendo ficado acordado que se manteriam em funções.
"Este processo de diálogo já tinha surgido, da minha iniciativa", disse Nuno Marques, adiantando que está já agendada uma reunião para o próximo dia 7 de outubro.
O diretor clínico admite que o serviço de urgência tem alguns problemas, "muitos em resultado da própria estrutura física", mas sublinhou que se tem conseguido articular o serviço "sempre com o intuito de melhorar o circuito dos doentes na própria urgência".
"O problema de falta de recurso é transversal a alguns hospitais e nós temos assegurado as escalas nos moldes em que asseguramos há vários anos", acrescentou.