21 set, 2019 - 11:18 • Marina Pimentel
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Tancos foi um dos processos a que Rui Pinto terá acedido ilegitimamente, através da sabotagem ao sistema informático do Ministério Público.
A Renascença consultou o processo e confirmou que os documentos a que o alegado hacker terá acedido vão muito além do seu interesse sobre a corrupção no mundo do futebol e uma das investigações em que entrou foi a do furto de armamento em Tancos.
Entre os documentos pirateados, segundo a acusação, está o despacho de apresentação de arguidos detidos, proferido em 27 de setembro de 2018 pelos dois procuradores do processo de Tancos, João Melo e Vítor Magalhães.
Este documento foi extraído do sistema informático da Procuradoria Geral da República e nas caixas de correio eletrónico com domínio “pgr.pt”.
Rui Pinto terá chegado assim a matérias reservadas e sob segredo de justiça, tendo acedido também à área reservada de trabalho do Ministério Público denominada “SIMP” (sistema de informação do Ministério Público).
Na quinta-feira, dia 19, foi acusado dos crimes de extorsão na forma tentada e acesso ilegítimo, pelo que continuará em regime de prisão preventiva.
Colaborador do "Football Leaks", Rui Pinto terá entrado, em setembro de 2015, no sistema informático da Doyen Sports, com sede em Malta e que celebra contratos com clubes de futebol.
É também suspeito de aceder ao endereço de correio eletrónico de membros do Conselho de Administração e do departamento jurídico do Sporting e, consequentemente, ao sistema informático da SAD leonina.
Na sexta-feira, a defesa do hacker acusou o Ministério Público de estar mais preocupado em "perseguir" aqueles que denunciam crimes do que "investigar" aqueles que, alegadamente, os praticam.