21 set, 2019 - 12:32
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A investigação do processo do roubo de armas de Tancos está terminada e o despacho de acusação estará pronto na próxima semana. A informação é adiantada neste sábado pelos semanários “Expresso” e “Sol” e já foi confirmada pela Renascença.
Com a acusação pronta, evita-se a libertação dos detidos preventivos, explica fonte ligada ao processo. Presos preventivamente estão sete suspeitos, entre eles o cabecilha do assalto.
Como há prazos máximos a respeitar para alguém poder estar detido sem culpa formada, se a acusação não estivesse pronta, os detidos teriam de ser libertados. Neste caso, o prazo limite é o dia 27 (próxima sexta-feira).
O caso conta com 25 arguidos, entre os quais o ex-ministro da defesa Azeredo Lopes. E o facto de a acusação ser conhecida na próxima semana poderá significar mais um dossiê delicado para o primeiro-ministro e líder do PS, António Costa, neste período de campanha eleitoral.
Depois do caso das golas anti-fumo, em que o secretário de Estado da Proteção Civil foi constituído arguido e se demitiu, o processo das armas de Tancos pode ser mais uma bomba a rebentar em plena campanha.
Os investigadores consideram que Azeredo Lopes teve conhecimento da encenação da Polícia Judiciária Militar para a recuperação do material roubado.
Numa campanha que tem andado morna, este poderá ser o rastilho para aquecer o debate político.
De acordo com a notícia do “Expresso”, que cita um acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, o processo de Tancos pode ainda estar relacionado com o tráfico de droga. O acórdão revela que um dos planos dos assaltantes seria o de trocar diretamente as armas por droga.
A Renascença sabe ainda que Tancos foi um dos processos a que o alegado hacker Rui Pinto acedeu ilegitimamente, através da sabotagem aos sistema informático do Ministério Público.