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No Porto a droga é um problema e Rui Moreira diz que está "por todo o lado"

07 out, 2019 - 16:05 • Redação com Lusa

Presidente da Câmara reiterou estar disponível para apoiar instalação das salas de consumo. "Nós estamos absolutamente de acordo em tratar como doença, aquilo que é toxicodependência. Mas, com todo o respeito, eu também estou preocupado com as outras pessoas", sublinhou.

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O presidente da Câmara do Porto admitiu esta segunda-feira que o problema da droga não é exclusivo dos bairros na proximidade do Aleixo, mas está "por todo o lado", reiterando estar disponível para apoiar a instalação das salas de consumo.

"Hoje a situação na cidade é diferente. Não é na proximidade do Aleixo apenas. É no Viso, é em Ramalde do Meio, é em Francos, é no Cerco, é no Centro Histórico, é em todo o lado", disse, reiterando a sua preocupação com a situação vivida na cidade.

O autarca, que falava no período antes da ordem do dia da reunião do executivo, onde colocou à disposição do Ministério da Administração Interna (MAI) o sistema de videovigilância de tráfego da cidade para questões de segurança ou investigação, como o combate ao tráfico de droga, disse que é hoje claro que a realidade da cidade mudou, estando agora deparada com o consumo e distribuição de crack nos bairros sociais.

"Nós estamos absolutamente de acordo em tratar como doença, aquilo que é toxicodependência. Mas, com todo o respeito, eu também estou preocupado com as outras pessoas", sublinhou. Moreira acrescenta que, no que respeita às salas de consumo, a autarquia já disse "estar disponível para pagar parte significativa do custo desse instrumento", contudo, aponta "estar a investir centenas de milhares de euros", para que depois "as pessoas possam estar cá fora, na amena cavaqueira, e consumir se lhe apetecer".

"Se não fizermos nada, as portas das escolas são uma sala de consumo assistido ao ar livre, e eu não quero", concluiu, respondendo ao vereador do PS Manuel Pizarro que disse discordar com a criminalização do consumo.

Hoje, a autarquia anunciou, aliás, a instalação de 110 novas câmaras de videovigilância que, "basta" o MAI querer, afirmou Moreira, podem ser utilizadas no combate à criminalidade organizada. No total vão ser instaladas, nesta primeira fase, 40 câmaras novas, a que se somam outras 40 a implementar numa segunda fase, no valor de 210 mil euros, e mais 10 a instalar nos bairros de Pinheiro Torres e Pasteleira Nova em vias já existentes e em arruamentos novos.

De acordo com o Diretor Municipal de Mobilidade e Transportes, Manuel Paulo Teixeira, que fez uma apresentação deste sistema de videovigilância, a sua instalação deve estar concluída até ao final do ano, ficando apenas pendente a substituição de 68 câmaras e a instalação de outras 20, cujo concurso foi alvo de reclamação. As câmaras novas juntam-se às 136 já existentes. Este sistema, garantiu aquele responsável aos jornalistas, pode vir a ser utilizado pelas forças de segurança que passariam, por exemplo, a ter agentes no Centro de Gestão Integrada, a quem caberia a identificação de possíveis crimes. Também aqui, assegurou, manter-se-ia, a política de não gravação de imagens.

Em setembro foi noticiado que a Câmara do Porto e a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte estavam a ultimar uma proposta de protocolo para a instalação de salas de consumo protegido no município, tendo sido já concluído um estudo sobre a situação atual. Questionadas, nas últimas semanas, sobre se a mesma foi ou não concluída e sobre o conteúdo desse mesmo protocolo, autarquia, ARS Norte e Ministério da Saúde não responderam até ao momento.

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