15 out, 2019 - 09:34 • Redação
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Dois anos depois dos incêndios na zona centro do país, mais de 200 casas de primeira habitação continuam excluídas do processo de reconstrução.
Apesar de as obras estarem licenciadas, as habitações foram chumbadas pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) e pelas câmaras municipais envolvidas, revela à Renascença Nuno Tavares Pereira, do Movimento de Apoio às Vítimas dos Incêndios.
“Que eu tenha conhecimento, mais de 200 habitações de primeira habitação, que estavam dentro da lei, foram chumbadas pela CCDR juntamente com as câmaras”, explica.
“O que me revolta é isso mesmo, são as pessoas que estão sem casa, crianças que estão sem casa, idosos que foram colocados no lar, que estão sem casa e que nunca vão ter casa. Isso é que nos preocupa”.
As declarações desmentem os números oficiais da CCDR. A presidente Ana Abrunhosa disse à Renascença que são 30 as casas ainda por concluir, das 822 que ficaram destruídas, acrescentando que a maioria ficará pronta ainda este ano.
“Neste momento, 96,5% das habitações estão concluídas e entregues às famílias. Destas 30 habitações, a maioria acaba no final do ano de 2019, mas haverá algumas habitações que passarão para 2020, porque estamos a falar de reconstruções totais”.
Cerca de 1.500 casas foram destruídas parcial ou totalmente pelas chamas que atingiram também centenas de empresas.
As chamas consumiram 290 mil hectares de floresta e só no dia 15 estavam ativos 440 incêndios em Portugal.