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​Bebé sem rosto. Ordem dos Médicos admite que confiança dos portugueses sai abalada

23 out, 2019 - 10:55 • Redação

Bastonário quer esclarecimentos por parte do Conselho de Disciplina da Ordem sobre queixas relacionadas com médico, que acompanhou a gravidez da mãe de Rodrigo, mas ainda não há conclusões.

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O bastonário da Ordem dos Médicos admite que casos como o do bebé sem rosto, que nasceu sem que o obstetra detetasse as malformações, abalam a confiança dos portugueses.

No entanto, diz Miguel Guimarães, as estatísticas garantem que os pacientes podem e devem continuar a confiar nos especialistas.

“Os portugueses têm todos os motivos para continuar a ter confiança nos seus médicos e em especial nos seus obstetras. Continuamos a ter uma taxa de mortalidade infantil e de complicações graves nos nascimentos muito inferior à da média na União Europeia”, refere à Renascença.

Miguel Guimarães considera ainda que casos como este são “graves e que têm de ser analisados e dos quais se devem tirar consequências”.

O bastonário quer ainda esclarecimentos por parte do Conselho de Disciplina da Ordem sobre as queixas que chegaram há já vários anos e sobre as quais ainda não se pronunciaram.

“Não tive nenhuma explicação porque é que o conselho disciplinar tinha processos desde 2013 até agora e ainda não estavam concluídos. Podiam não estar concluídos todos ao mesmo tempo, mas estar concluído um ou outro, pelo menos. Aparentemente nenhum deles tinha ainda uma conclusão final e eu vou ter que ter essa explicação”, disse Miguel Guimarães, acrescentando que já pediu “intervenção do Conselho Superior que é quem tem tutela sob os conselhos disciplinares”.

Segundo a Ordem, o obstetra em causa tem quatro processos em instrução no conselho disciplinar sul da Ordem.

No dia 7 de outubro, nasceu no Hospital de São Bernardo, em Setúbal, um bebé sem olhos, nariz e parte do crânio. A mãe da criança fez três ecografias sem que as malformações tivessem sido detetadas.

Os pais apresentaram queixa ao Ministério Público contra o médico e o Hospital de São Bernardo abriu um inquérito.

Já a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) decidiu não abrir um inquérito autónomo a este caso, mas acompanha o inquérito instaurado pelo Centro Hospitalar de Setúbal.

"O Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Setúbal deliberou a abertura de processo de Inquérito sobre as circunstâncias noticiadas, pelo que, a IGAS apenas fará o acompanhamento do desenvolvimento do inquérito instaurado" pelo centro hospitalar, refere uma resposta da Inspeção enviada à agência Lusa.

[notícia atualizada às 12h09]

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  • António dos Santos
    23 out, 2019 Coimbra 19:35
    A confiança nos médicos em geral, já está abalada há muito tempo. Pois o seu comportamento em geral, deixa muito a desejar (são as emissões de baixas e atestados médicos falsos. É os horários não compridos nos hospitais, dizendo que estão presentes no serviço, mas é falso). Há também a considerar que tem havido muitos erros médicos que nunca são responsabilizados!!

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