25 out, 2019 - 08:00 • Marina Pimentel
O Centro Nacional de Cibersegurança está a avaliar as suspeitas de que as falhas nas operadoras NOS e Vodafone podem ter sido causadas por piratas informáticos.
Em declarações ao programa “Em Nome da Lei”, o coordenador do centro revela que estão a trabalhar em conjunto com os dois operadores de telecomunicações, não tendo ainda conseguido relacionar os dois casos.
“O nosso objetivo é também perceber se neste modus operandi existe um contexto por detrás destes ataques”, afirmou Lino Santos.
Desde janeiro, já houve pelo menos 28 ciberataques a empresas e organismos públicos. Mas enquanto em 2018 houve uma vaga muito orientada para o setor da saúde, este ano, as principais vítimas dos pedidos de resgate dos piratas informáticos são as autarquias.
“Não detetamos um crescendo no número de incidentes, mas eles são cada vez mais sofisticados e cada vez mais difíceis de tratar”, revelou à Renascença.
Estudo
Valor corresponde praticamente às economias de Fr(...)
Nos últimos dias, uma dessas autarquias alvo de um ciberataque está no distrito de Bragança – a Câmara de Vinhais só ao fim de uma semana conseguiu recuperar o controlo do seu sistema informático.
O autarca Luís Fernandes disse que os piratas lhe pediram-lhe 20 mil euros, mas que recusou pagar.
É esse o comportamento que deve ser seguido, segundo o coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança. “Não pagar o resgate é esvaziar o modelo de negócio dos atacantes”.
Contudo, Bruno Castro, administrador de uma empresa especializada na certificação de segurança de sistemas informáticos, garante que esse não é o procedimento da maioria dos organismos atacados, mesmo os que fazem parte da administração pública garante.
Segundo este especialista em segurança informática, embora os ataques massivos continuem, há cada vez mais ataques a determinadas pessoas alvo, por terem muito dinheiro e notoriedade, com o objetivo de as chantagear e de lhes extorquir dinheiro.