29 out, 2019 - 08:40 • Redação com Lusa
“Sem funcionários. Alunos inseguros”. Esta frase consta de um dos cartazes à porta da escola Básica 2,3 da Costa de Caparica. Os trabalhadores não docentes do Agrupamento de Escolas da Costa de Caparica, concelho de Almada protestam, esta terça-feira, contra a situação de degradação das condições de trabalho nos cinco estabelecimentos.
Os trabalhadores não docentes vão estar em greve entre as 7h00 e as 10h00. Está também a decorrer uma concentração de toda a comunidade educativa (trabalhadores, pais e encarregados de educação, jovens) em frente à Escola Básica 2,3 da Costa de Caparica.
À reportagem da Renascença, Vitória Silva, funcionária e delegada sindical, sublinha a falta de apoio da direção da escola perante o problema. “A direção devia estar aqui ao nosso lado – a apoiar-nos – pois sabe as dificuldades que estamos a enfrentar. Pelo contrário, até avisou aos alunos para virem só às 10h30. Assim, tempos poucos alunos a apoiar-nos”.
Em declarações à agência Lusa, Paula Bravo, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul (STFPSS), adiantou que o agrupamento "atingiu um ponto de rotura".
"São 2.041 alunos para muito poucos funcionários. Isto atingiu um ponto de rotura. Os trabalhadores que têm vindo a entrar são poucos e não são suficientes para colmatar as saídas dos últimos anos", contou.
De acordo com Paula Bravo, devido à falta de pessoal não docente têm estado a ser encerrados serviços das escolas, como as bibliotecas, centros de recursos, reprografias, papelarias e até ginásios.
No entendimento da dirigente sindical, esta situação, que é transversal às escolas a nível nacional, reflete-se na qualidade dos serviços, prejudicando os alunos e toda a comunidade educativa. "Os trabalhadores estão numa situação de grande desgaste e cansaço que começa a ter graves consequências na saúde dos trabalhadores, na segurança das crianças e jovens e na qualidade do serviço prestado à população", disse.