05 nov, 2019 - 18:55 • Pedro Mesquita com redação
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As buscas realizadas pela Polícia Judiciária (PJ) esta terça-feira na cadeia de Paços de Ferreira e noutros locais, no âmbito de uma operação de combate ao tráfico de droga dentro daquele estabelecimento prisional, deram-se no seguimento de denúncias da parte do Sindicato Nacional do Corpo de Guardas Prisionais.
Em declarações à Renascença, Jorge Alves, dirigente do sindicato, confirma que as buscas resultaram "de uma série de denúncias do corpo da guarda prisional no estabelecimento prisional", às quais se seguiram as publicações de fotos e vídeos de festas dentro da prisão. "A situação arrastou-se até se tornar pública."
A Direção-Geral dos Serviços Prisionais já abriu u(...)
Ainda de acordo com o representante dos guardas prisionais, este está longe de ser um caso único. "Temos mais denúncias a fazer em relação a outras situações noutros estabelecimentos prisionais relacionadas também com o tráfico de droga e corrupção", confirma Jorge Alves à Renascença.
"Quero, acima de tudo, enaltecer o trabalho da Polícia Judiciária, que já decorre há algum tempo, e que vem, de alguma forma, ao encontro das denúncias do corpo de guarda prisional em funções no estabelecimento prisional de Paços de Ferreira, que identificou algumas das pessoas envolvidas."
"Lamentavelmente", adianta Jorge Alves, "a direção anterior [da cadeia de Paços de Ferreira] ignorou" essas denúncias, "ou pelo menos não deu andamento à investigação, mas a PJ veio identificar e trazer as pessoas à responsabilidade, para serem ouvidas no âmbito do processo e para que possam ser responsabilizadas por aquilo que possam ter praticado ao longo deste tempo em exercício de funções".
Reforçando as críticas às direções e chefias de estabelecimentos prisionais, Jorge Alves refere ainda que, "muitas das vezes, lamentavelmente, o sindicato do corpo da guarda prisional recorre ou à comunicação social ou à denúncia direta aos órgãos de polícia criminal para denunciar estas situações".
Sobre os casos concretos semelhantes ao da cadeia de Paços de Ferreira, prefere guardar silêncio "porque podem já estar a decorrer processos".