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major-general Raúl Cunha

“Antiga Procuradora-geral da República cometeu um erro crasso no caso do furto de Tancos”

12 nov, 2019 - 14:00 • Ana Rodrigues

Antigo juiz militar defende, em entrevista à Renascença, que Joana Marques Vidal cometeu uma ilegalidade ao retirar das mãos da Policia Judiciária Militar a investigação ao furto de material de Tancos.

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O major-general do Exército Raúl Cunha, antigo juiz militar, considera que Joana Marques Vidal, a anterior Procuradora-geral da República, "cometeu um erro crasso no caso do furto de Tancos”.

Em entrevista à Renascença, o militar na reserva, que ocupou cargos de chefia em missões internacionais como Kosovo e Afeganistão, não diz não ter dúvidas de que “a ex-Procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, cometeu uma ilegalidade ao retirar das mãos da Policia Judiciará Militar a investigação ao furto de material de Tancos”.

Na sua versão dos factos, o caso que deu origem à demissão do ministro da Defesa, Azeredo Lopes e à prisão do então director da PJM, Luís Vieira, foi provocado por um “erro crasso da antiga Procuradora”.

Raúl Cunha defende que a “investigação nunca deveria ter passado só para a PJ quando aquele crime, de acordo com a lei, e a PGR violou a lei, era um crime estritamente militar, ou seja, da competência da Policia Judiciária Militar”

Alem disso, acrescenta o major-general, “a PJM teve necessidade de fazer uma encenação precisamente porque lhe foi retirada a competência consagrada na lei de investigar aquele crime”. O militar interroga: "O que e que era mais importante? Era obedecer à ordem da procuradora ou era recuperar as armas?”

Justificada ou não, o certo é que a 25 de setembro, numa operação do Ministério Publico e da Polícia Judiciária, são detidos sete militares da PJM e da GNR suspeitos de terem forjado a recuperação do material em conivência com o presumível autor do roubo.

Para Raul Cunha, “mais grave do que a encenação da recuperação do material, foi o facto de a PJ ter tido conhecimento de que o roubo ia acontecer e não ter informado as forças armadas”. “Isso eu não perdoo”, adianta.

Ao todo serão mais de vinte os acusados num despacho com quase 500 paginas de uma história que começou com um roubo de material de guerra num paiol com graves falhas de segurança, que passou por uma encenação e que acabou no gabinete de um ministro. Os próximos capítulos serão numa sala de audiências.

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