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Ministra desafia quadros a abandonarem grandes cidades. "Vale a pena viver no Interior"

19 nov, 2019 - 18:30 • Rosário Silva

Ana Abrunhosa falava em Évora, depois de visitar o Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia – um "projeto emblemático", considera a ministra da Coesão Territorial.

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A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, defendeu esta terça-feira a “criação de incentivos” para que as pessoas possam “fazer do interior o seu projeto de vida”, desafiando quadros qualificados a mudarem-se para o Interior.

“É uma provocação que estou aqui a fazer, de que vale a pena vir viver para o interior, quebrando uma barreira inicial que é mudar”, referiu.

“Temos de criar incentivos para que as pessoas com formação queiram fazer do interior o seu projeto de vida”, e isso faz-se, segundo a governante, “criando bolsas de habitação, por exemplo, um pacote de apoios ou medidas, para que se vier o marido, a esposa possa vir também, criando um conjunto de condições para tornar atrativa a mudança de vida que nunca é fácil”, reconheceu.

Ana Abrunhosa falava, em Évora, no final de uma visita ao Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia – PACT, onde ouviu empresas de sucesso, ali instaladas, que se debatem com alguns problemas, nomeadamente a escassez de recursos humanos.

“A falta de recursos humanos, qualificados e não qualificados, não é um problema só de Évora, mas de todo o país”, contudo, “o interior pode ter uma vantagem”, considerou.

Para a ministra da Coesão Territorial é necessário, antes de mais, acabar com uma ideia errada que existe sobre o interior.

“Há uma conotação, erradamente negativa, do interior, mas quando se ultrapassa essa barreira inicial, e as empresas reportam-nos a sua experiência, é possível assegurar às pessoas o nível de serviços públicos equivalente às regiões mais desenvolvidas”, acrescenta.

“Temos muitas vezes, aquele discurso político em que o interior é utilizado para se pedirem recursos, mas depois, também, temos que pensar, que quando aplicamos esses recursos, deverá ser numa perspetiva de coesão e de trabalho em rede”, observou Ana Abrunhosa.

O PACT visa apoiar a criação e desenvolvimento de empresas no Alentejo, promovendo a capacidade cientifica e incentivando a transferência de conhecimento. O edifício central foi inaugurado em 2015 e alberga um conjunto de serviços de suporte e de diversas empresas.

Nesta terça-feira, a ministra ficou a saber que “estas empresas disseram que foi uma boa estratégia virem para Évora e que querem continuar os seus projetos de investimento”.

Por isso mesmo é necessário avançar com a segunda fase do projeto que prevê a construção de novos edifícios para acolhimento de empresas e laboratórios de investigação, assim como outros espaços que vão afirmar o Alentejo em áreas como a “tecnologia da saúde, aeroespacial, industria 4.0, energia, ambiente e TIC’s.”

“O parque do Alentejo é um caso de sucesso porque está a abarrotar e a necessitar urgentemente de uma segunda fase”, logo é “um projeto emblemático”, segundo a ministra.

Para Ana Abrunhosa, “o desenvolvimento dos territórios como Évora tem que ser feito introduzindo conhecimento nos processos de produção”, e através de “processos de co-conhecimento entre as empresas e os centros de conhecimento”, sem esquecer as autarquias, “pois são os grandes mobilizadores dos territórios.”

A segunda fase do PACT, cuja candidatura está aprovada pela CCDR do Alentejo, implica um investimento de oito milhões de euros.

“Pode ir para o terreno, já, em 2020. Na nossa perspetiva tudo o que seja depois de amanhã é tarde”, rematou a ministra da Coesão Territorial que se fez acompanhar, nesta visita ao Alentejo, dos seus dois secretários de Estado: Carlos Miguel, Adjunto e do Desenvolvimento Rural e Isabel Ferreira, com a pasta da Valorização do Interior.

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