20 nov, 2019 - 20:11 • José Carlos Silva
O presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro tem conhecimento de atrasos na deteção e tratamento de casos oncológicos. Vítor Rodrigues considera fundamental uma aposta na rapidez de todo o processo.
Médico de formação, Vitor Rodrigues conhece de cor as deficiências do Sistema Nacional de Saúde (SNS) e rejeita que a importância da discussão se centre apenas no “tempo” dos atrasos.
“O mais importante não é se são cinco, dez dias, um mês, dois meses ou três meses. É tentar identificar as razões para que isto esteja a acontecer. E isto não é de hoje. Tem sido ao longo do tempo. Tem a ver com a degradação da organização, do ambiente, e se os profissionais estão a passar para a parte privada, é porque têm melhores condições ou melhor remuneração.”
O presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro defende, por isso, que é preciso “tornar o Serviço Nacional de Saúde mais atrativo”.
Não se mostra surpreendido com a possibilidade de atrasos em oncologia. De resto, nas funções com presidente da Liga reconhece que vai tendo “algum tipo de informações informais, e algum tipo de conhecimento, de que há problemas com tempos, não só de cirurgia, mas em termos do tratamento do doente oncológico num todo”.
E se dúvidas houvesse, explica que atualmente “o tratamento do cancro é feito normalmente por uma, mas sobretudo por duas ou três atitudes terapêuticas, e obviamente qualquer atraso numa delas vai repercutir-se no tempo total dos tratamentos”.
Para Vitor Rodrigues, é fundamental que o tratamento contra o cancro não encontre entraves ao longo de cada etapa porque se “tivermos uma falha, nalguma das etapas do processo, todo o processo na sua globalidade vai ter problemas. E não será propriamente o eventual atraso na cirurgia oncológica, que é o grave, como situação isolada, é todo o atraso que o tratamento integrado a fazer a um doente, é prejudicado. E a rapidez como atuamos no diagnostico e tratamento do cancro é fundamental.