25 nov, 2019 - 20:44 • José Carlos Silva, com Lusa
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Centenas de pessoas, entre elas membros do Governo e deputados, marcharam esta segunda-feira em Lisboa contra a violência doméstica e para dizer que estão "de luto pelo assassinato de três mulheres por mês" em contexto de relações de intimidade.
Após 20 anos da criação do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, que hoje se assinala, em Portugal "o femicídio acontece a um ritmo assustador", salientaram organizadores da marcha que decorreu ao final da tarde no centro de Lisboa, desde o Largo do Intendente até ao Rossio.
Organizada por diversas entidades, a iniciativa teve no final apenas uma intervenção, a da atriz São José Lapa, que salientou que é preciso continuar a lembrar a situação de violência contra as mulheres, que ainda não têm o direito de escolher os seus caminhos.
"Estamos na rua contra o não reconhecimento do femicídio como crime de ódio", em protesto "contra a discriminação e a violência a que as mulheres estão sujeitas em todo o mundo", disse a atriz, que pediu paz e o reconhecimento dos direitos das mulheres.
No Rossio foram colocadas no chão muitas das faixas carregadas ao longo da marcha e muitos populares deixaram pares de sapatos, simbolizando a luta das mulheres pelos seus direitos.
Em declarações à Renascença durante a marcha, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, revela que este ano há um aumento de 10% de denúncias de casos de violência doméstica.
“São nas áreas de competência da GNR e nas regiões autónomas que se tem verificado um maior crescimento de denúncias. As denúncias este ano estão a crescer cerca de 10%. Estamos com 22 mil denúncias até ao final de setembro. Isso significa que um fenómeno escondido, em larga medida, passa a ser evidenciado. Citando o nosso primeiro-ministro: entre homem em mulher mete mesmo a colher”, apela Eduardo Cabrita.