06 dez, 2019 - 14:20 • Beatriz Lopes
A Associação dos Profissionais da Guarda (APG) acusa o Governo de pôr em causa a segurança dos cidadãos e aguarda que o executivo de António Costa dê luz verde a uma proposta apresentada pelo sindicato, que defende a contratação de mais 1.000 profissionais por ano.
"No caso da GNR, vamos continuar a bater-nos por concursos com mais de 1.000 profissionais por ano, isto durante quatro anos. Esperemos que [a proposta] não fique dependente do ministro das Finanças - se assina o despacho ou não assina – arrastando-se no tempo e prejudicando cada vez mais a instituição GNR, que já está com graves carências de efetivos, até pondo em causa o bom funcionamento da instituição. Quem sofre é o cidadão", afirma à Renascença César Nogueira, presidente da APG.
Nos próximos quatro anos, o país vai ter menos 7.000 elementos da PSP e da GNR. As contas foram feitas pelo Governo, que justifica a previsão aos sindicatos com o final de carreira de 3.322 profissionais da GNR e de 3.483 da PSP.
Dados constam de um documento da Administração Int(...)
De acordo com uma nota enviada à Renascença pelo Ministério da Administração Interna, a falta de agentes de segurança levou o secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna a iniciar um "processo negocial" com os sindicatos, com vista a serem apresentadas "propostas concretas para negociação coletiva".
Na mesma nota, o Ministério da Administração Interna pede aos polícias que, até 9 de janeiro, seja apresentado um "plano plurianual de admissões" para assegurar "o contínuo rejuvenescimento e a manutenção de elevados graus de prontidão e eficácia operacional dos seus efetivos".
As declarações do presidente da APG são feitas em jeito de crítica ao ministro das Finanças que só esta sexta-feira "aprovou a abertura do curso de formação de 200 militares da GNR que já estava previsto no início do ano", sublinha César Nogueira.
A APG garante ainda que as previsões do Governo ficam aquém da realidade.
"Neste momento, [na GNR] são já 5.000 em défice, ou seja, com mais estes 3.000 nos próximos quatro anos, a GNR é que sai ainda mais penalizada. Somos considerados como o terceiro país mais seguro do mundo, mas é pelo sacrifício que os profissionais fazem, não é pelo número de efetivos que tem. No interior do país, há postos praticamente a fechar ou fechados porque não têm efetivos e é obvio que pode estar em causa a segurança da população", salienta o homem forte da APG.