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Subida das águas. Há prédios em Almada que vão ter de ser relocalizados

06 dez, 2019 - 12:14 • Joana Gonçalves

Coordenador do Plano Metropolitano de Adaptação às Alterações Climáticas fala numa situação crítica que exige medidas imediatas.

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Toda a costa portuguesa vai ser afetada pelas alterações climáticas e pela subida do nível da água, mas o concelho de Almada será o caso mais grave se não forem implementadas medidas. O alerta é dado por um dos coordenadores do Plano de Adaptação às Alterações Climáticas, da Área Metropolitana de Lisboa.

"Cascais, Oeiras, Sintra, Loures e Odivelas são municípios onde temos mais preocupação, mas o caso mais preocupante é o de Almada", confirmou à Renascença Sérgio Barroso a propósito da apresentação das conclusões do plano.

Segundo o especialista, a subida do nível das águas do mar é um dos pontos prioritários e avança que esta cidade da Margem Sul deverá enfrentar uma relocalização de algumas áreas edificadas.

"A curto prazo o que mais me inquieta é a questão costeira, nomeadamente o caso de Almada. Temos até compromissos de retirada de algumas áreas edificadas que estão críticas, expostas ao risco de galgamento e inundação. Já está consagrado e inclusivamente o Governo aprovou", avançou.

De acordo com Sérgio Barroso, as "implicações da subida das águas do mar dentro dos estuários do Tejo e das águas do Sado representam um problema para o qual não estamos preparados".

O especialista lembra que já existem compromissos assumidos – no âmbito do programa especial da orla costeira Alcobaça-Cabo-Espichel – para a retirada de algumas áreas edificadas que estão em zona crítica, por haver risco de inundação. "A grande prioridade está aí", sublinha.

Este plano indica ainda que as regiões do Tejo e do Sado correm o risco de ficar debaixo de água. Por isso, esta sexta-feira, os 18 municípios desta região assinam o compromisso de combate às alterações climáticas.

À Renascença, Nuno Matias, vereador do Ambiente da câmara municipal de Almada, explica que a autarquia já identificou as necessidades de realojamento de habitantes em zonas de risco. "Uma das coisas que a câmara tem vindo a desenvolver é, exactamente, a identificação das necessidades de realojamento reais de bairros que estão situados em zonas de risco", esclarece.

Para Francisco Ferreira, da ZERO, a preocupação deveria ser nacional, pois as alterações climáticas vão afetar toda a costa litoral portuguesa.

“Esta questão é transversal a todo o território. Estamos a ver que as casas, as indústrias e a ocupação junto ao mar e nos estuários estão em risco e vai custar muitos milhões para conseguirmos retirar muita da ocupação que essas zonas têm atualmente ou para procurar minimizar esses efeitos”, argumenta.

Comentários
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  • António MS Gonçalves
    07 dez, 2019 14:43
    Então é melhor edificar a nova Cidade da Água o futuro Ginjal sobre palafitas.

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