18 dez, 2019 - 12:13 • Lusa
Francisco Teixeira da Mota, advogado de Rui Pinto, disse esperar que a juíza de instrução criminal Cláudia Pina reduza o número de crimes pelos quais o criador do Football Leaks está acusado pelo Ministério Público (MP).
Teixeira da Mota explicou aos jornalistas, à entrada do Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa, antes do início da fase instrutória, que visa decidir se o processo segue e em que moldes para julgamento, que apenas requereu a abertura de instrução com o objetivo de reduzir os 147 crimes de acesso ilegítimo, violação de correspondência, sabotagem informática e tentativa de extorsão de que o seu constituinte está acusado.
O advogado referiu que não pediu para falar nesta fase, mas que "falará quando tiver de falar", acrescentando esperar que a juíza de instrução criminal faça o "enquadramento legal" dos factos que constam da acusação do MP.
Para Teixeira da Mota, não está em causa o seu cliente não ir a julgamento, mas antes corrigir "aspetos legais", como a duplicação de crimes.
O advogado disse ainda que Rui Pinto é "uma pessoa com força" e que já foi notificado da extração de certidões para que a justiça portuguesa prossiga novas investigações sobre a atuação do seu constituinte.
Aníbal Pinto, advogado à data dos factos de Rui Pinto e o segundo arguido no processo, por envolvimento na alegada tentativa de extorsão ao fundo de investimento Doyen, afirmou aos jornalistas que espera provar "a verdade" e a sua "inocência".
"Toda a minha atividade foi na qualidade de advogado e tudo o que fiz foi curar dos interesses dos clientes, sempre dentro da legalidade", sublinhou Aníbal Pinto, à entrada do TIC de Lisboa.
A instrução foi requerida pela defesa dos dois arguidos no processo: Rui Pinto e o seu advogado, à data dos factos, Aníbal Pinto.
Da parte da manhã está previsto o interrogatório a Aníbal Pinto, que, no requerimento de abertura de instrução, pediu para ser ouvido pela JIC Cláudia Pina.
A tentativa de extorsão diz respeito à Doyen (de entre 500 mil e um milhão de euros), levada a cabo por Rui Pinto, em outubro de 2015, com a intermediação do advogado Aníbal Pinto, com a contrapartida de o criador do Football Leaks não revelar documentos confidenciais deste fundo de investimento.
Em 19 de setembro, o Ministério Público (MP) acusou Rui Pinto de 147 crimes, 75 dos quais de acesso ilegítimo, 70 de violação de correspondência, sete deles agravados, um de sabotagem informática e um de tentativa de extorsão, por aceder aos sistemas informáticos do Sporting, do fundo de investimento Doyen, da sociedade de advogados PLMJ, da Federação Portuguesa de Futebol e da Procuradoria-Geral da República, e posterior divulgação de dezenas de documentos confidenciais destas entidades.
A sociedade de advogados PLMJ fez parte da defesa do Benfica no processo conhecido como 'e-toupeira'.
Pirata informático para uns, denunciante para outr(...)