18 dez, 2019 - 09:33 • Redação
O primeiro-ministro apoia o mecanismo da chamada delação premiada e relativiza as críticas do PS a medidas de combate à corrupção em debate no grupo de trabalho criado pela ministra da Justiça.
Entrevista ao jornal “Público”, António Costa dá como exemplo o caso BES, questionando o facto de ainda ninguém ter sido julgado. Faz ainda alusão a um caso nos Estados Unidos, onde Bernard Madodd foi condenado em pouco tempo por ter feito um acordo de sentença.
“A colaboração premiada já existe, detetou-se que uma das razões pela qual é pouco utilizada é que o prazo dado para arrependimento é de um mês. Se uma pessoa se arrepender dois meses, já não pode negociar. Faz sentido alargar este prazo, de forma a que possa haver maior colaboração”, considera.
O primeiro-ministro defende “que se possa avançar em mecanismos mais negociais de aplicação de penas, porque isso é fundamental para a credibilização da justiça”.
António Costa diz acreditar que os partidos de esquerda têm motivos para aprovar o Orçamento do Estado para 2020.
Nesta entrevista, afirma que o documento entregue na segunda-feira na Assembleia da República segue uma “linha de continuidade” relativamente aos orçamentos anteriores, pelo que não vê razões para que seja chumbado pela esquerda parlamentar.
“Não vejo nenhuma razão para que quem aprovou os anteriores orçamentos não aprove este”, assume.
Aproveitou ainda para desdramatizar as discussões entre ministros a propósito da distribuição das verbas do orçamento, considerando que foi das propostas mais pacíficas de construir.