20 dez, 2019 - 13:24 • Filipe d'Avillez
Os distritos do centro de Portugal preparam-se para o agravamento do estado do tempo a partir da tarde desta sexta-feira, pelo menos até às 20h.
Segundo o comandante Pedro Nunes, da Autoridade Nacional da Proteção Civil, as maiores preocupações são nos distritos de Aveiro, Coimbra, Leiria, Santarém e Lisboa, com possibilidades de Castelo Branco e Portalegre também terem alguns problemas.
Com o agravamento da chuva, que se prevê forte e persistente ao longo da tarde, as atenções das autoridades estão concentradas nos rios. Pedro Nunes chama atenção para a libertação de caudais por algumas barragens em Espanha, cujos efeitos se farão sentir em cidades portuguesas.
A principal preocupação é com o Douro, particularmente a Régua e as duas margens de Porto e Gaia, já perto da foz.
“Em relação ao Tâmega, é muito previsível que à tarde a situação em Chaves e Amarante se agrave. O Águeda tem tido redução de caudais, mas é possível que sofra novo agravamento. A situação com o Mondego tem sido gerivel, mas estamos apreensivos por conta da chuva para a tarde e quanto ao Tejo a Proteção Civil decidiu ativar o plano de cheias muito por conta dos caudais lançados de Espanha. Está no nível amarelo e é previsível que haja estradas cortadas no distrito de Santarém.”
Por fim, diz o comandante, há também olhos postos na bacia do Sorraia, “sobretudo para esta tarde e noite, em Coruche”.
Desde as 15h do dia 18 as autoridades deram conta de perto de 7.000 ocorrências que causaram dois mortos, um desaparecido e dezenas de desalojados. Continuam as operações para encontrar o homem que desapareceu quando a sua retroescavadora foi arrastada para o rio, em Castro D’Aire, mas não estão reunidas as condições de segurança para ideais para fazer essas buscas, diz Pedro Nunes.
Só a partir de domingo é que estão previstas melho(...)
Apesar da preocupação com o agravamento do tempo à tarde, a Proteção Civil não vê necessidade de aumentar os alertas, que se mantêm entre o amarelo e o laranja para o território continental.
Também não deve ser aumentado o número de efetivos, uma vez que segundo Pedro Nunes “temos tido resposta capaz e sustentada” com os 21 mil que já estão no terreno.
A Proteção Civil aconselha os moradores a adotarem uma atitude defensiva e que evitem a orla marítima, lembrando que há avisos vermelhos para a agitação marítima nos próximos dias.
Quanto ao vento, espera-se que seja moderado esta sexta-feira, com rajadas a chegar aos 70 ou 80 quilómetros por hora, o que representa uma melhoria em relação ao dia de quinta-feira, em que houve rajadas até aos 100 quilómetros por hora.