21 dez, 2019 - 12:56 • André Rodrigues , Marta Grosso com Lusa
A subida do caudal do Mondego, que já ultrapassou o nível de segurança no açude-ponte, obrigou à retirada de casa de 144 pessoas. Há também animais a ser retirados do canil municipal de Coimbra.
O caudal do rio ultrapassou os limites de segurança de 2.000 metros cúbicos por segundo (m3/s) às 9h30 deste sábado – situação que a autarquia classifica de "muito crítica".
Tendo em conta que a tendência será ainda de subida nas próximas horas, é expectável a ocorrência de cheias. Se as condições climatéricas não forem favoráveis, a baixa de Coimbra corre mesmo o sério risco de ficar submersa, avisa o presidente da Câmara, Manuel Machado, em declarações à Renascença.
A autarquia recomenda, por isso, à população que se mantenha "em estado de permanente alerta e a respeitar todas as indicações das autoridades que estão no terreno e sinalização".
A possibilidade da situação crítica de cheia decorre, entre outros fatores, da albufeira da barragem da Aguieira, a montante de Coimbra, no rio Mondego, estar com 94% da sua capacidade, da barragem das Fronhas, no rio Alva, afluente do Mondego estar "no nível máximo de cheia" e ainda da "intensidade elevada e ausência de monitorização do Rio Ceira", outro afluente da margem esquerda do Mondego.
Circulação dos comboios suburbanos suspensa
A circulação dos comboios suburbanos de Coimbra foi suspensa esta manhã devido à subida do nível da água.
Segundo fonte oficial da Infraestruturas de Portugal (IP), "as linhas da estação de Alfarelos encontram-se inundadas", tendo sido suspensa a circulação de comboios suburbanos de Coimbra em todo o trajeto, entre Coimbra e Figueira da Foz.
As inundações do troço entre Alfarelos e Ameal Sul, devido à subida do nível das águas da Bacia do Mondego, é também a causa da suspensão da circulação ferroviária na Linha do Norte, que liga Lisboa ao Porto.
A linha da Beira Alta está também cortada, depois de ao início da noite de sexta-feira um comboio Intercidades ter embatido numa pedra que provocou o descarrilamento da locomotiva ao quilómetro 148, entre Fornos de Algodres e Gouveia.
Vem aí o Fabien
A passagem da depressão Elsa provocou em Portugal dois mortos, um desaparecido e deixou perto de 80 pessoas desalojadas, registando-se entre quarta-feira e sexta-feira cerca de 8.500 ocorrências no continente português, na sua maioria inundações e quedas de árvore, envolvendo cerca de 25 mil operacionais.
O mau tempo provocou também condicionamentos na circulação rodoviária e ferroviária, bem como danos na rede elétrica, afetando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.
O IPMA alertou para os efeitos de uma nova depressão, denominada Fabien, que atingirá Portugal neste sábado, em especial o Norte e o Centro, estando previstos intensos períodos de chuva e vento forte de sudoeste, com rajadas que podem atingir 90 km/hora no litoral norte e centro e 120 km/hora nas terras altas.
Os efeitos da depressão Fabien não deverão ter em Portugal continental a mesma intensidade do que os da tempestade Elsa, prevendo-se uma melhoria gradual do estado do tempo a partir de domingo.
Os distritos do Porto, Viana do Castelo, Aveiro, Coimbra e Braga vão estar entre as 21h00 de sábado e as 12h00 de domingo em aviso vermelho, devido à agitação marítima.
[Notícia atualizada às 14h40 com número de desalojados]