04 jan, 2020 - 22:47 • João Pedro Barros
O Ministério Público abriu um inquérito-crime para averiguar as circunstâncias da morte de uma menina de 12 anos, a 22 de dezembro, após ter tido por duas vezes alta da Clínica CUF Almada, avança este sábado o “Público”.
O grupo José de Mello, proprietário da rede CUF, também confirmou ao jornal a abertura de um inquérito interno e a exclusão temporária da médica que tratou do caso, na segunda ida à unidade de saúde.
Leonor acabou por falecer no Hospital Garcia de Orta, em Almada, para onde foi encaminhada já em estado grave. A primeira vez em foi atendida, na CUF, foi a 17 de dezembro, queixando-se de ter dado “um jeito às costas” ao colocar a mochila ao ombro.
O relato da evolução da doença da criança, desde os primeiros sintomas até à morte, é feito pela mãe, Alexandra Martinho, no Facebook.
Na publicação, é relatado que, aquando da segunda passagem pelas urgências da CUF Almada, a médica que a atendeu suspeitava “que a situação fosse uma chamada de atenção”, tendo sido aconselhada a marcação de uma consulta com um pedopsiquiatra.
Leonor acabou por ser atendida no Garcia de Orta após a mãe se aperceber de que a temperatura da criança era de 34,7º. “Quando entrou, teve uma equipa de médicos e de enfermeiros que nunca mais a largou. Fizeram-lhe análises ao sangue, TAC ao tórax, raio-x, tudo o que na CUF não fizeram. O sangue estava normal, não tinha pneumonia, mas a TAC ao tórax acusava o músculo cheio de sangue. Os médicos iam fazer-lhe uma TAC ao cérebro quando a minha menina entrou em paragem cardíaca”, recorda.
A família aguarda agora o resultado da autópsia.