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Como combater a violência nos hospitais? Mais agentes de segurança e menos tempos de espera

06 jan, 2020 - 08:10 • Lusa

Estudo recomenda que as unidades de saúde criem programas de saúde ocupacional em que integrem medidas e estratégias para melhorar a segurança no trabalho, incentivando à notificação dos incidentes.

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Mais agentes de segurança e mais profissionais para diminuir os tempos de espera são apontados como fundamentais para reduzir a violência contra profissionais de saúde, segundo um estudo publicado na Acta Médica Portuguesa.

O estudo, realizado num hospital público de Lisboa entre abril e maio de 2018, identificou 41 episódios de violência reportados pelos profissionais de saúde e sugere que se definam sanções para utentes ou familiares violentos.

A maioria das situações (24) eram casos de violência verbal por parte de utentes ou familiares próximos.

Entre as 41 situações, os profissionais reportaram 14 casos de violência física por parte de doentes ou seus acompanhantes. Foram ainda registados três casos de violência verbal entre profissionais.

Entre as razões que motivaram as agressões (verbais ou físicas), os “longos tempos de espera” surgem maioritariamente, sendo referidos em 20 dos 41 incidentes. Como causas, segue-se o “desrespeito” ou a insolência de doentes e acompanhantes para com os profissionais.

A análise, liderada pela investigadora Helena Sofia Antão, da Escola Nacional de Saúde Pública, sublinha a baixa notificação dos incidentes de violência registados. Apenas 23% dos profissionais que foram vítimas de agressões decidiram notificar o incidente.

Como evitar incidentes?

Entre as sugestões para evitar ou minimizar os incidentes, a análise aponta para mais agentes de segurança ou polícias, o aumento do número de profissionais para reduzir os tempos de espera e ainda dar mais informação a utentes e familiares sobre os tempos de espera.

A violência contra profissionais de saúde é favorecida pelo acesso livre às zonas de trabalho, pela falta de agentes de segurança ou polícia nas unidades de saúde, sublinha o estudo, recordando que a violência no local de trabalho é um fator de risco que tem impacto negativo na saúde dos trabalhadores.

Os autores referem que uma das conclusões “mais preocupantes” do estudo é a falta de conhecimento ou familiaridade com os procedimentos internos sobre violência no local de trabalho.

“Esse desconhecimento acrescenta e piora os sentimentos de insegurança e de perda de controlo”, refere o estudo.

Os autores recomendam que as unidades de saúde criem programas de saúde ocupacional em que integrem medidas e estratégias para melhorar a segurança no trabalho, incentivando à notificação dos incidentes.

Entre essas estratégias e procedimentos a definir devem estar a definição de sanções para utentes ou familiares violentos.

Comentários
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  • ADISAN
    06 jan, 2020 Mealhada 21:57
    Em comparação com o que vivi na Alemanha durante 34 anos, só posso concluir que não serão só as leis que são inadequadas, como também o Sistema Nacional de Saúde - o tal que "é dos melhores do mundo" - que não funciona. Na verdade, continuo a estar informado sobre os acontecimentos da Alemanha, através de TV por satélite e internet, e nunca tive conhecimento de casos de agressões a médicos, como acontece em Portugal. O problema, estou certo, vai muito para além da legislação. O sistema, ou mesmo as estruturas, do SNS, é que tem de ser revisto com urgência, para que os médicos possam trabalhar em segurança. Sempre admirei estes profissionais, pois considero que são entre os altamente qualificados com cursos superiores os que mais trabalham para o bem das populações, e muitas vezes com menores remunerações que muitos outros que são altamente remunerados só por terem um curso superior, embora nada façam.
  • Cidadao
    06 jan, 2020 Lisboa 14:23
    Não esquecer a mudança da Lei. O que temos agora, proporciona ao agressor a impunidade, pois dos casos relatados nenhum ficou detido, todos foram dormir a casa, depois de libertados pelas autoridades. Assim não. Assim, é passar a ideia que já grassa por aí, que as agressões ficam impunes.

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