06 jan, 2020 - 17:28 • Lusa
As câmaras da Moita e do Seixal, no distrito de Setúbal, exigem a reposição de carreiras e horários nos Transportes Sul do Tejo (TST), apontando que as alterações não tiveram a "autorização" da Área Metropolitana de Lisboa (AML).
"Na nova situação de tutela da AML e dos municípios sobre os transportes rodoviários não é admissível que as operadoras de transportes continuem a decidir unilateralmente sobre horários e carreiras, com indiferença pelas necessidades e interesses dos utentes e da mobilidade na região", frisou o município da Moita (CDU), em comunicado.
Na visão da autarquia, é "inaceitável" o anúncio feito na sexta-feira pela rodoviária da península de Setúbal, de alteração de horários em 28 carreiras e eliminação de outras quatro.
Entre as supressões, encontra-se a carreira 101A, que fazia a ligação entre Cacilhas e o Cristo Rei, em Almada, a 583, que fazia um percurso rápido entre Cacilhas e Setúbal, a 168, que ligava a Praça de Espanha, em Lisboa, à Torre da Marinha, no Seixal, e a 260, entre a Praça de Espanha e Sesimbra.
"Estas alterações foram implementadas pelos TST sem a necessária autorização da AML, o que é inaceitável", considerou.
TST
A Transportes Sul do Tejo (TST) decidiu acabar com(...)
Além disso, a Câmara da Moita tem uma especial preocupação com a redução de horários na carreira que abrange o concelho, a 333, pelo que já entrou em contacto com a AML para acompanhar as diligências e exigir "a reposição imediata dos horários".
A mesma posição teve a Câmara do Seixal (CDU), sublinhando que o serviço dos TST é de "extrema importância para os 170 mil habitantes do concelho".
"A degradação dos serviços dos TST tem-se vindo a verificar no concelho do Seixal nos últimos anos, com uma constante supressão de carreiras e atrasos nos horários, dificultando a vida dos munícipes, pelo que entende a autarquia que é urgente que se reforce as carreiras, em vez de diminuírem", defendeu.
Para que sejam tomadas "medidas para reverter a situação", o município solicitou a intervenção da AML, da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) e do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), equacionando o envio de um ofício ao Ministério do Ambiente.
A agência Lusa tentou contactar a rodoviária para um esclarecimento sobre a alteração de horários e supressões de carreiras, mas até ao momento não foi possível obter declarações.
A TST, detida pelo grupo Arriva, desenvolve a sua atividade na península de Setúbal, com 190 carreiras e oficinas em quatro concelhos: Almada, Moita, Sesimbra e Setúbal.