08 jan, 2020 - 19:27 • Lusa
Um serviço do SNS 24 específico para doentes oncológicos em tratamento vai abrir este mês e estará disponível 24 horas por dia, avançou esta quarta-feira a coordenadora do Centro de Contacto do SNS, Micaela Monteiro.
O novo serviço do Centro de Contacto do Serviço Nacional de Saúde (SNS24) foi desenhado em conjunto com a Sociedade Portuguesa de Oncologia, com contributos da Direção-Geral da Saúde (DGS), para dar resposta a complicações que estes doentes muitas vezes têm quando fazem os tratamentos, como náuseas, vómitos, diarreia, disse Micaela Monteiro.
“Muitas vezes é difícil conseguir falar com a equipa que normalmente cuida destes doentes quando essas situações surgem à noite ou ao fim de semana”, disse a coordenadora do SNS24, que foi hoje visitado pelo secretário de Estado da Saúde, António Sales, pela diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, e pelo vogal dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).
Para estas situações, foi criado “um serviço disponível 24 horas por dia, sete dias por semana, em que há algoritmos específicos para estes sintomas”, adiantou. "A resposta é adaptada nas recomendações que vamos dando e também damos conhecimento aos serviços que habitualmente seguem estes doentes de que houve uma intercorrência”, explicou a coordenadora, adiantando que existem situações em que os serviços depois entram em contacto com os doentes no sentido de os acompanhar.
Com este serviço, pretende-se evitar que as pessoas tenham que dirigir-se a serviços de urgência ou a outros serviços clínicos que não conhecem.
Contudo, ressalvou, pode haver situações que necessitam realmente da intervenção dos profissionais que acompanham o doente e outras em que “será inevitável a deslocação para um serviço de urgência ou mesmo contactar o INEM”. “É um serviço ajustado e personalizado para uma necessidade específica e uma necessidade crescente”, uma vez que há cada vez mais pessoas que sofrem de uma doença oncológica, mas também há mais tratamentos para estas doenças.
Micaela Monteiro contou que durante muitos anos dirigiu um serviço de urgência que recebia muitas vezes doentes nestas condições, porque era “a única resposta que estava naquele momento aberta”. “Muitas vezes essas pessoas do que precisavam era de uma recomendação ou de um contacto com as suas equipas e poderia ter-se evitado uma ida à urgência”, que “além de desconfortável, é também um sítio onde existe o risco de contrair uma infeção”. Portanto, defendeu, “por todas estas razões, se nós conseguirmos arranjar alternativas que resolvem o problema às pessoas é por aí que temos que ir”.