11 jan, 2020 - 11:58 • Redação com Lusa
Lisboa é, a partir deste sábado, a Capital Verde Europeia de 2020 – título dado todos os anos pela Comissão Europeia a uma cidade que tenha demonstrado empenho na adoção de políticas e estratégias sustentáveis.
Para assinalar a atribuição deste prémio, estão planeadas diversas iniciativas, desde exposições a conferências, ao longo de todo o ano, sobre sustentabilidade ambiental - tema cada vez mais na ordem do dia.
A cerimónia de abertura decorre neste sábado, no Parque Eduardo VII, e conta com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do primeiro-ministro, António Costa, e ainda do secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres.
Dentre as várias iniciativas programadas para este ano, a autarquia destaca a exposição “O mar como nunca o sentiu”, da autoria da artista portuguesa Maya, que pode ser visitada no Oceanário de Lisboa e que apresenta “imagens filmadas exclusivamente em Portugal”.
No domingo, serão plantadas 20.000 árvores em diferentes zonas da cidade – uma ação em linha com um dos objetivos do executivo camarário até 2021 de ter mais 100 mil árvores na cidade. Atualmente, existem cerca de 800 mil árvores em Lisboa.
Para os próximos meses está prevista a inauguração do Museu da Reciclagem, em Alcantâra, e a receção de uma conferência da ONU sobre os oceanos.
A Câmara Municipal associou ainda à Capital Verde Europeia a inauguração de algumas obras, como o parque verde que está em construção na Praça de Espanha.
Apesar de este prémio atribuído pela Comissão Europeia ser referente ao trabalho já apresentado, o município de Lisboa estabeleceu várias metas a cumprir nos próximos tempos.
No que diz respeito à energia e às emissões poluentes, a autarquia pretende reduzir as emissões de dióxido de carbono em 60% até 2030 e atingir a neutralidade carbónica até 2050. Para isso, compromete-se a construir uma central fotovoltaica que abasteça a frota elétrica da Carris e a atingir os 103 megawatts de produção de energia solar fotovoltaica, proveniente de painéis solares instalados em toda a cidade.
No tema da mobilidade, a autarquia tem como objetivo aumentar em 40% a oferta de transporte público rodoviário na área metropolitana de Lisboa. Para tal, o vereador do ambiente, José Sá Fernandes, afirma que é preciso esperar pelas obras no metro e apostar na ferrovia. “Uma grande aposta que penso que é decisiva é a ferrovia, a que já existe e uma que tem de ser ligada – não compete à Câmara, mas tem de se ligar a linha de Cascais à linha de Cintura”.
Ao nível do urbanismo e da construção, Sá Fernandes preconizou a erradicação da “pobreza energética” para existir “conforto nas casas”, considerando que os próximos 10 anos são decisivos para a “batalha” do aproveitamento energético e do conforto térmico das habitações.
“É um problema que não é só de Lisboa, é de todos os sítios, é um problema da construção civil – que materiais é que usamos e que materiais é que devemos usar”, disse.
Sá Fernandes avançou ainda que está a ser criado um sistema para regar e lavar as ruas com água reutilizada para que, em 2025, praticamente toda a cidade tenha “uma rede de água reutilizada”.
Lisboa foi distinguida em 2018 com o prémio “Capital Verde Europeia 2020”, um galardão atribuído pela Comissão Europeia a cidades com mais de 100.000 habitantes que tenham demonstrado esforços na adoção de políticas e estratégias que melhorem os padrões ambientais e que promovam um desenvolvimento sustentável para o futuro. No ano passado Oslo, na Noruega, era a cidade detentora do título.