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Évora. Falta de auxiliares deixa alunos com necessidades especiais sem escola desde o Natal

14 jan, 2020 - 16:45 • Rosário Silva

Com contrato de autonomia, o Agrupamento de Escolas Manuel Ferreira Patrício é território de intervenção prioritária.

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Primeiro por telefone, depois por escrito. Liliana Burrica ficou a saber que não havia auxiliares suficientes para assegurar o bom funcionamento e segurança do Centro de Apoio à Aprendizagem que a sua filha, de 9 anos, frequenta na Escola Manuel Ferreira Patrício, em Évora.

Férias do Natal prolongadas, por tempo indeterminado, para a Filipa e para mais quatro crianças e jovens, entre os 8 e os 15 anos, com necessidades educativas especiais. Semanas depois, continua a não haver respostas, soluções ou alternativas.

“Infelizmente temos uma carência de instituições, em Évora, que possam dar apoio áquilo que são as chamadas as AEC (atividades de enriquecimento curricular), neste caso, para as crianças portadoras de deficiência que não têm esse tipo de resposta”, lamenta Liliana Burrica, em declarações à Renascença.

“Os pais, neste momento, estão numa situação que não podem resolver, a não ser contratar terceiros para tomar conta dos nossos filhos, ou então deixar de trabalhar”, acrescenta esta mãe.

A filha Filipa tem sorte, pois os pais podem pagar uma ama, que está agora a tempo inteiro, em casa, contudo sem o devido apoio escolar e educativo.

“Falta-lhes apoio das terapias, pois estas são feitas na escola, nomeadamente fisioterapia ou o apoio psicopedagógico, logo há aqui uma série de valências que o próprio Estado criou, mas que não é em casa que as podemos ter”, afirma.

Para Filipa Burrica, está em causa a própria inclusão e integração destas crianças e jovens, princípios, de resto, consagrados na lei.

“A aplicação prática daquilo que está na lei é falível e se não há escola para a minha filha, então também não devia haver para nenhum outro aluno” conclui esta mãe.

Com contrato de autonomia, o Agrupamento de Escolas Manuel Ferreira Patrício é território de intervenção prioritária, mas, perante esta situação, a educadora questiona o estatuto de referência, enquanto resposta educativa especializada.

“Eu fico a pensar se realmente querem lá os nossos meninos ou não, pois a sensação que temos é que a escola não promove o desenvolvimento nem a segurança, suficientes, para que estas crianças possam estar integradas. Afinal, o que é a integração?”, questiona.

Os pais vão continuar a insistir numa resposta que tarda em chegar. Quase um mês depois do inicio do segundo período letivo, há cinco crianças e jovens, com necessidades educativas especiais, que não puderam regressar às aulas, por falta de pessoal não docente.

Contactada pela Renascença, a direção da escola fez saber que, sobre este assunto, não presta declarações.

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