21 jan, 2020 - 10:10 • Ana Rodrigues
Também os militares mostram esta terça-feira o seu descontentamento. O grupo denominado “Militares Unidos” apela à participação num protesto simbólico, dentro das unidades militares, que tem já o apoio das associações de sargentos e de praças.
Este protesto acontece na véspera da apresentação na Assembleia da República, pelo ministro da Defesa, do Orçamento da Defesa.
O presidente da Associação Nacional de Sargentos, justifica a adesão ao protesto com “o silêncio do Governo face às dificuldades e problemas das Forças Armadas”. Problemas que segundo refere “têm sido amplamente denunciados pelas associações de militares, mas que nunca tiveram resposta”.
Segundo Lima Coelho, “no orçamento da Defesa, relativamente ao fator humano, não há qualquer atenção ou cuidado, por isso, há que mostrar que não é este o caminho”.
Como vão os militares demostrar o seu descontentamento? Dentro dos quartéis podem abdicar da sua hora de almoço ou permanecer nas unidades até ao arriar da bandeira, “aproveitando esse tempo para estarem reunidos a discutir ou refletir sobre as matérias que continuam por resolver no seio das Forças Armadas “.
Para além dos sargentos, também a Associação de Praças apela à participação de todos os militares neste protesto, justificando com “a falta de condições dos militares e o Orçamento do Estado de 2020”.
Para Luis Reis, presidente da Associação de Praças, este OE “não traz qualquer melhoria, nem indicação de que haverá a intenção de reverter situações do passado”.
A ausência de medidas concretas leva este responsável a referir que “já não é possível olhar para o lado”, acrescentando que “é preciso fazer uma análise e por isso estar solidário com a iniciativa dos “Militares Unidos”.