24 jan, 2020 - 22:28 • Henrique Cunha
No final de uma reunião no Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte - SITE Norte, os trabalhadores optaram pelo silêncio. Foi o sindicalista Miguel Moreira o porta-voz do desconforto que está a causar o anúncio de Isabel dos Santos em abandonar a estrutura acionista da EFACEC.
O sindicalista disse que "não há nada que possa levar" a despedimentos, mas lembrou que "nestas situações as consequências sobram sempre para os trabalhadores". Miguel Moreira anunciou um plenário de trabalhadores na terça-feira e uma reunião com a administração da empresa na quarta-feira. Foi também confirmada uma reunião na secretaria de Estado do Emprego a 18 de fevereiro, estando ainda por confirmar um encontro no ministério da Economia no início do próximo mês.
Os trabalhadores dizem que "o governo tem que fazer mais do que o que tem feito em relação à EFACEC", pois não basta “dizer que se está preocupado". Miguel Moreira faz mesmo um apelo direto ao primeiro-ministro para que "haja em conformidade com os seus poderes, para que não aconteça nada aos trabalhadores da EFACEC e que a empresa continue em Portugal com a sua importância".
A Câmara de Matosinhos, contactada pela Renascença, diz que acompanha a situação dos trabalhadores da EFACEC e tem expetativas muitos positivas sobre o futuro da empresa, não só porque acredita no sucesso da transação em curso, como conhece os indicadores favoráveis do ponto de vista da inovação e exportação.
Isabel dos Santos comunicou ao conselho de administração que decidiu sair da estrutura acionista. A empresária angolana detém mais de 67 por cento do capital da EFACEC. A empresa situada em Matosinhos tem cerca de 2.600 trabalhadores.