30 jan, 2020 - 18:41 • Henrique Cunha
O ex-presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV), Miguel Oliveira e Silva, diz que "agendar uma votação sem conhecimento do parecer do Conselho de Ética é, no mínimo, uma descoordenação ou até falta de respeito".
"Um assunto desta natureza necessita, evidentemente, de leitura e reflexão amadurecida. Portanto, agendar uma votação - mesmo que não seja definitiva - sem conhecimento do parecer do Conselho de Ética é, no mínimo ,uma descoordenação ou até falta de respeito", diz à Renascença Miguel Oliveira e Silva.
O obstetra e professor de Ética Médica na Faculdade de Medicina de Lisboa acusa a Assembleia da República de "falta de respeito para com a democracia participativa".
"Acho que é descortês, acho que é uma pressa e acho que é uma falta de respeito para com a chamada democracia participativa, porque as pessoas têm que ver o parecer, têm que meditar sobre o parecer e têm que estudar o parecer."
A reunião do CNECV irá decorrer a 17 de Fevereiro e o parlamento agendou o seu debate para três dias depois, a 20. Neste quadro, o ex-presidente sugere que o CNECV antecipe a sua reunião, "se a Assembleia da República não adiar" o debate.
"O conselho tem que antecipar o plenário para libertar o parecer, o mais rapidamente, na semana que vem."