04 fev, 2020 - 06:47 • Lusa
Mais de metade dos portugueses são obesos ou pré-obesos e 43% têm hipertensão arterial, conclui um estudo divulgado esta terça-feira que mostra que a população portuguesa controla mal os seus fatores de risco para doenças cérebro e cardiovasculares.
Os autores do estudo, da responsabilidade do Instituto Ricardo Jorge (INSA), indicam que 68% da população apresenta dois ou mais fatores de risco para doenças cardiovasculares e 22% quatro ou mais.
Os fatores de risco mais relevantes são a diabetes mellitus, colesterol elevado, hipertensão arterial, pré-obesidade/obesidade e tabagismo.
Em declarações à agência Lusa, Mafalda Bourbon, coordenadora do estudo, disse que os dados recolhidos surpreenderam, sobretudo porque "este trabalho analisou o conjunto de fatores de risco para um mesmo indivíduo" e não os fatores de forma isolada.
"Não tínhamos dados para pensar qual seria o valor que íamos obter. Quando percebemos que quase 70% têm dois ou mais fatores de risco, é preocupante", afirmou Mafalda Bourbon, sublinhando que "há pessoas muito jovens que já iniciam a vida adulta com fatores de risco".
Os investigadores defendem que os dados recolhidos mostram a necessidade de as autoridades de saúde "desenvolverem estratégias para rastrear a população em geral quanto aos fatores de risco para as doenças cardiovasculares e promovam medidas de estilo de vida adequadas e literacia em saúde".
O estudo, que avaliou uma amostra de 1.688 pessoas através de exame físico, análises clínicas e um questionário, indica ainda que, "não obstante o decréscimo verificado nos últimos anos, as doenças cérebro-cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte em Portugal e a esperança de vida saudável aos 65 anos de idade é inferior à média europeia".
"Não obstante o decréscimo verificado nos últimos anos, as doenças cérebro-cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte em Portugal e a esperança de vida saudável aos 65 anos de idade é inferior à média europeia" sublinham os investigadores.
O trabalho de campo para este estudo decorreu entre 2012 e 2014 e a análise dos dados recolhidos entre 2015 e 2017.