06 fev, 2020 - 18:14 • Redação
Os sete portugueses que estão a bordo de um navio cruzeiro, em Hong Kong, não estão infetados com o novo coronavírus. A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, diz que não há nenhum relato de poderem estar infetados.
"Tanto quanto sabemos, essas pessoas estão apenas a bordo do navio, não tendo havido nenhum contacto, nem são suspeitas nem estão em risco. São apenas pessoas que estão a bordo desse navio. Não há relato de que essas pessoas tenham qualquer risco especial, tenha desenvolvido sintomas ou que tenham sido testadas. Estamos a acompanhar com tranquilidade", disse Graça Freitas, em conferência de imprensa.
Os passageiros e tripulantes do navio cruzeiro "World Dream's" estão retidos há dois dias, depois de três membros da tripulação apresentarem sintomas compatíveis com o novo coronavírus e tem sido hospitalizados.
A diretora-geral da saúde anunciou também que quatro portugueses repatriados de Wuhan, na China, vão ser transferidos do Parque da Saúde de Lisboa para o Hospital Pulido Valente.
Graça Freitas revelou ainda que irão ser repetidos os testes ao coronavírus aos cidadãos em isolamento profilático perto do fim desse período.
Presente na conferência de imprensa, o presidente do INEM, Luís Meira, disse não ter conhecimento da circulação do vírus em Portugal.
"Estamos numa fase de acompanhamento. Esta informação que a DGS, através de várias vias, está a recolher o reconhecimento que está a ser gerado à volta desta situação é fundamental para a tomada de decisões", sublinha Luís Meira.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) vai promover na próxima semana uma reunião de cientistas de todo o mundo para debater o surto do novo coronavírus, elegendo como um dos desafios a coordenação dos fundos para a investigação sobre esta doença e epidemia.
Numa conferência de imprensa realizada esta quinta-feira em Genebra, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, indicou que nos dias 11 e 12 de fevereiro decorrerá um fórum internacional para definir as prioridades a nível de investigação, numa reunião de cientistas de todo o mundo, incluindo da China.
O novo coronavírus que surgiu na China no final de dezembro terá sido passado de um animal para um ser humano, mas a fonte ou origem do surto ainda se mantém desconhecida, embora os primeiros casos estejam todos ligados a um mercado de peixe e animais na cidade chinesa de Wuhan, que é o epicentro do surto.
De acordo com dados conhecidos esta quinta-feira, o coronavírus já provocou 565 mortos e há mais de 28 mil pessoas infetadas. A esmagadora maioria das vítimas foi registada na China continental, havendo duas vítimas mortais nas Filipinas e em Hong Kong.