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Nuno Melo questiona Bruxelas sobre diretiva que limita autonomia de procuradores

10 fev, 2020 - 18:56 • Agência Lusa

Num requerimento com caráter prioritário apresentado à Comissão Europeia, eurodeputado do CDS questiona compatibilidade da diretiva da PGR com o Estado de Direito.

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O eurodeputado centrista Nuno Melo questionou esta segunda-feira a Comissão Europeia sobre diretiva da Procuradoria-Geral da República (PGR) que limita a autonomia dos procuradores do Ministério Público, designadamente na investigação criminal, informou hoje o próprio.

Num requerimento com caráter prioritário apresentado à Comissão Europeia, Nuno Melo questiona a Comissão Europeia sobre a compatibilidade da diretiva da PGR com o Estado de Direito, onde se inclui "uma sociedade caracterizada pela justiça", e se tal é "compatível com instruções orais da hierarquia, impossíveis de qualquer controlo e sindicância".

O eurodeputado refere, em comunicado, que o direito a uma ação, a um processo equitativo e a que a causa seja examinada de forma imparcial consta da Convenção Europeia dos Direitos do Homem e lembra que a atuação do Ministério Público, num sistema democrático, se "cinge à defesa da legalidade e não pode oscilar de acordo com opções políticas e diferentes governos".

Pela mesma razão, observa, a autonomia interna do procurador do processo de que é titular "não pode ser enfraquecida".

Segundo Nuno Melo, a diretiva da PGR, dirigida por Lucília Gago, vem limitar a autonomia dos procuradores do Ministério Público, reforçando os poderes da hierarquia, ao consagrar a faculdade de emissão de ordens e instruções, gerais ou concretas sobre processos, mas sem que tais decisões constem desses processos, tornando-as não-escrutináveis.

"Significa que um superior hierárquico poderá dar ordens ao magistrado titular de um inquérito, para que este acuse ou arquive um processo contra determinada pessoa, ou interferir nas diligências de produção de prova, sem que o facto fique registado e nessa medida o processo seja transparente", alerta o eurodeputado.

Em tese - adverte o eurodeputado - será possível que um responsável da PGR nomeado pelo Governo dê instruções para que políticos ou outros não sejam investigados, sem que disso fique registo (nos autos) e possa ser avaliado ou responsabilizado pelo ato.

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  • Adélio Pequenino
    10 fev, 2020 22:44
    Concordo, plenamente, com a posição do Senhor deputado Nuno de Melo. Lamento o silêncio dos lideres dos partidos da oposição com assento na Assembleia da República, nomeadamente do Dr. Rui Rio. Pelo que se vê , a Senhora PGR é um pau mandado do silenciador/ditador António Costa. E não o deveria ser . Cada Procurador tem de ter a liberdade de decidir pela sua própria cabeça. Ou faz acusação ou arquiva. Imposições? Não, não. Será que estamos no antigo Iraque? No tempo do sadam os Juízes daquele País também não tinham autonomia. Tinham de redigir as sentenças de acordo com o tirano. Mas esse tirano também teve um fim trágico. Permita, Senhora PGR, que lhe dê uma opinião: Peça a demissão. Não soube resistir às tentações do demónio António Costa. Vá embora. Muito boa noite.

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