14 fev, 2020 - 12:41 • Marta Grosso , Paula Caeiro Varela (enviada especial à Índia)
O Presidente da República foi questionado, nesta sexta-feira, à margem da visita à Índia, sobre as acusações feitas pelo Governo de Caracas a Portugal.
Cuidadoso na resposta, Marcelo Rebelo de Sousa elogiou a posição de Portugal quanto à situação na Venezuela.
“Portugal tem tido uma posição de grande serenidade, de grande bom senso e grande racionalidade, defendendo o diálogo e a prioridade à realização de eleições presidenciais que legitimem um processo pacífico de evolução futura”, começou por dizer.
Marcelo sublinhou depois que “Portugal é o primeiro a querer – até pela comunidade portuguesa que lá existe – que o processo na Venezuela seja um processo sem ruído e sem questões que coloquem, do ponto de vista humano e social e da vida do dia-a-dia, problemas adicionais à comunidade portuguesa”.
De acordo com o Governo venezuelano, o tio de Juan Guaidó terá transportado explosivos num avião da TAP.
Caracas acusou Lisboa e a TAP de tentarem introduz(...)
O Presidente da República falou aos jornalistas portugueses depois de uma longa reunião com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. Marcelo Rebelo de Sousa não quis falar sobre os números do crescimento económico em Portugal, mas adiantou que os seus interlocutores indianos “já sabiam dos 2% e estavam muito felizes”.
Da parte da tarde, o chefe de Estado inaugurou uma exposição com uma peça de Joana Vasconcelos – um bule em ferro forjado.
“Esta peça fala do passado, mas também fala do presente”, explica a artista. “É a primeira vez que um artista português expõe neste museu e é com muito prazer que aqui estou, apoiada por uma empresa indiana, para acompanhar a visita do Presidente da República”, sublinha.
“É nestas pontes culturais feitas através da arte contemporânea que se podem criar relações, oportunidades, negócios, mas também trazer a cultura portuguesa a sítios onde ela nunca esteve. É essa a minha missão e é por isso que estou aqui”, acrescenta.
Nesta sexta-feira de manhã, cumprindo o habitual protocolo em visitas de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa foi recebido em Nova Deli pelo seu homólogo indiano, Ram Nath Kovind, e com uma salva de 21 tiros de canhão.
O Presidente português ouviu o hino nacional e depois passou revista às tropas – tudo numa “receção calorosa”, nas palavras de Marcelo.
O chefe de Estado português seguiu para a residência oficial do primeiro-ministro Narendra Modi, para um encontro a sós, e depois um almoço de trabalho em Nova Deli.
A cidade está enfeitada nas principais avenidas com cartazes que fazem alusão a esta visita de Estado – a terceira de um Presidente português. Nalguns, aparece apenas Marcelo Rebelo de Sousa num fundo cor de laranja e a fotografia oficial do Presidente; noutros surge ao lado do primeiro-ministro indiano.