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Eutanásia. Marcelo mostrou-se “sensível” às preocupações das confissões religiosas

17 fev, 2020 - 22:00 • Eunice Lourenço

Presidente recebeu signatários de declaração contra a legalização da eutanásia.

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O Presidente da República ouviu atentamente os representantes de várias confissões religiosas contra a eutanásia e foi sensível aos argumentos que apresentaram. Foi o que disse o pastor Jorge Humberto à saída da audiência com Marcelo Rebelo de Sousa esta segunda-feira à noite, no Palácio de Belém.

“O senhor Presidente ouviu atentamente as nossas preocupações, colocou-nos algumas questões e, obviamente, está sensível às nossas preocupações porque elas são legitimas”, disse o pastor Jorge Humberto, representante da Aliança Evangélica, uma das nove confissões religiosas que na semana passada assinaram uma declaração conjunta contra a despenalização da eutanásia, que será discutida e votada esta quinta-feira no Parlamento.

Este grupo, que esteve cerca de uma hora reunido com o Presidente da República “tem como principal objetivo pugnar pela dignidade da vida”. “E essa dignidade passa, no nosso entender, não por uma lei que despenalize a eutanásia, mas sim pela aplicação dos cuidados paliativos em Portugal que, como sabemos, são manifestamente insuficientes para a realidade que é reconhecida por todos”, afirmou o pastor Jorge Humberto.

À saída do encontro com Marcelo Rebelo de Sousa, que chegou pouco tempo antes da sua visita oficial à India, o primeiro a falar foi o padre Fernando Sampaio, capelão no Hospital de Santa Maria e coordenador nacional das capelanias hospitalares. Explicou que o objetivo deste encontro foi levar ao chefe de Estado as preocupações das confissões religiosas e dar-lhe conta da declaração conjunta. Além do padre Fernando Sampaio, a Igreja Católica esteve representada por D. Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa, entre outros representantes. Aliás, a maioria das confissões teve vários representantes neste encontro com o Presidente da República.

“Enquanto comunidades religiosas temos uma convicção que é unanime a todos: a vida é uma dádiva”, resumiu depois Khalid Jamal, um dos representantes da Comunidade Islâmica de Lisboa, defendendo que há “limites dos seres humanos na disposição dessa vida”.

O documento assinado na semana passada, continuou, “assenta estruturalmente em duas convicções: por um lado a defesa da vida como dádiva divina, em segundo lugar o enfoque no aumento da maximização da qualidade de vida e dos cuidados de saúde”.

Esta terça-feira, os representantes das comunidades religiosas são recebidos pelo presidente da Assembleia da República.

Os signatários da declaração contra a legalização da eutanásia são a Aliança Evangélica Portuguesa, Comunidade Hindu Portuguesa, Comunidade Islâmica de Lisboa, Comunidade Israelita de Lisboa, Igreja Católica, Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Patriarcado Ecuménico de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), União Budista Portuguesa e União Portuguesa dos Adventistas do Sétimo Dia.

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