19 fev, 2020 - 10:27 • Carla Caixinha
O Departamento de Investigação e Ação Penal de Évora (DIAP) vai acusar oito arguidos de homicídio no âmbito da derrocada em Borba, em novembro de 2018.
Segundo a nota oficial, em resultado do inquérito instaurado após o colapso da estrada, o MP deduziu acusação contra oito arguidos, entre os quais uma pessoa coletiva, "imputando-lhes a prática de vários crimes de homicídio e de violação de regras de segurança".
Os crimes foram imputados a decisores políticos locais, a responsáveis de serviços da administração direta do Estado e ao responsável técnico e sociedade proprietária de pedreira.
“De acordo com a acusação, a responsabilidade penal de cada arguido decorre, respetivamente, das concretas funções que cada um assumiu e desempenhou ao longo do tempo e cujas ações ou omissões contribuíram para as consequências dali resultantes e nomeadamente a morte de cinco pessoas.”
Um ano da tragédia de Borba
Plano permitiu identificar 191 pedreiras em situaç(...)
Na tarde de 19 de novembro de 2018, um troço de cerca de 100 metros da Estrada Municipal (EM) 255, entre Borba e Vila Viçosa, colapsou, devido ao deslizamento de um grande volume de rochas, blocos de mármore e terra para o interior de duas pedreiras, provocando cinco mortos.
As vítimas mortais foram dois operários de uma empresa de extração de mármore na pedreira que estava ativa e em laboração, assim como outros três homens que seguiam em duas viaturas automóveis no troço da estrada que ruiu e que caíram para o plano de água de uma pedreira contígua, já desativada.
Um ano depois do acidente, ao abrigo do mecanismo extrajudicial decidido em Conselho de Ministros extraordinário no final de 2018 e conduzido pela Provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral, os 19 familiares e herdeiros das vítimas mortais foram indemnizados pelo Estado num montante global de cerca de 1,6 milhões de euros, cujas ordens de transferência foram concluídas no final de junho.