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​Eutanásia. Médicos católicos apelam ao veto presidencial

20 fev, 2020 - 21:14 • Redação

Aprovação da eutanásia no Parlamento "ficará na história do país como um dia negro para a dignidade dos portugueses".

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A Associação dos Médicos Católicos Portugueses (AMCP) apela ao veto presidencial das cinco propostas de despenalização da eutanásia aprovadas, esta quinta-feira, na Assembleia da República.

“Com esta decisão parlamentar o dia de hoje ficará na história do país como um dia negro para a dignidade dos portugueses, marco histórico de uma jornada de retrocesso civilizacional”, lamentam os médicos católicos, em comunicado.

A AMCP reitera que é “absolutamente contra a eutanásia” e apela a um maior investimento nos cuidados paliativos em Portugal, que “não podem ter listas de espera”.

“Atualmente, não existe no SNS uma resposta adequada neste tipo de assistência à população. Devemos defender uma morte assistida em vez de se cair no facilitismo de se promover uma vida abreviada. É urgente humanizar o fim de vida.”

O essencial do debate sobre a eutanásia no Parlamento
O essencial do debate sobre a eutanásia no Parlamento

A legislação aprovada no Parlamento “criará uma desconfiança generalizada na relação médico-doente, já que o poder de provocar ou antecipar a morte de alguém, ainda que a pedido do próprio, vai contra a própria medicina”.

“A medicina apoia a sua prática no diagnóstico e no tratamento das doenças, no alívio do sofrimento dos doentes, sempre com a finalidade de defesa da vida humana e não em decisões que, com o subterfúgio de querer eliminar o sofrimento do doente, eliminam a pessoa. Por este motivo, a eutanásia nunca poderá ser considerada como um ato médico”, defendem os médicos católicos.

A AMCP termina o comunicado a exigir que o Estado “não se demita de oferecer aos doentes com doenças ameaçadoras para a vida e às suas famílias os cuidados paliativos de que necessitam”.

“Só deste modo se constrói uma sociedade solidária e compassiva, dignificando a vida humana independentemente das suas circunstâncias”, concluiu.

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