02 mar, 2020 - 12:15 • Susana Madureira Martins
O Presidente da República considera que a confirmação de casos positivos de coronavírus em Portugal já era esperada e que “não se deve entrar em alarmismos”.
“O que era estranho era que, havendo em todos os países vizinhos, próximos, para onde iam e donde vinham compatriotas nossos, que não houvesse nenhum caso em Portugal”, afirmou.
Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas, à chegada ao Salão Internacional do Setor Alimentar e de Bebidas (SISAB), em Lisboa, pouco tempo depois da conferência de imprensa na qual foram dados pormenores sobre os dois homens, em território nacional, que estão infetados com coronavírus.
O Presidente da República acredita que o país está preparado para o novo cenário. “O bom senso aconselha que se acompanhe atentamente e que se tome as medidas que são necessárias e proporcionais. Se for preciso tomar mais medidas, o Governo está preparado para as tomar; se não for preciso tomar mais medidas, não as toma”, argumenta.
Explicador
A Organização Mundial de Saúde considera que lavar(...)
O Presidente da República lembrou que os casos dados comos positivos "têm uma origem fora do território português e que é fácil de detetar, o que é uma vantagem", destacando depois que "até agora, com origem em Portugal ainda não há nenhum. Vamos continuar a acompanhar serenamente a evolução", rematou.
A propósito da nova realidade de saúde, de acordo com um despacho da ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, que será publicado esta segunda-feira em Diário da República, os serviços da administração pública devem elaborar planos de contingência de acordo com as orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS), adaptando-as à situação concreta de cada serviço. os funcionários públicos que fiquem em quarentena não perdem nos salários, adianta o documento.
Na conferência de imprensa onde foram dados pormenores sobre estes dois primeiros casos positivos de Covid-19 em Portugal, a ministra da Saúde anunciou ainda que os voos vindos de Itália vão ser sujeitos a uma maior rastreabilidade.
O surto de Covid-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou mais de três mil mortos e infetou mais de 89 mil pessoas, de acordo com dados reportados por 60 países. Das pessoas infetadas, mais de 41 mil recuperaram.
Além dos mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América e Filipinas.