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Coronavírus. Bolsa de Turismo de Lisboa adiada para maio

05 mar, 2020 - 13:52 • Redação com Lusa

Secretária de Estado do Turismo tinha admitido esta quinta-feira de manhã que adiamento estava a ser estudado por causa do Covid-19. Informação foi entretanto confirmada oficialmente pela entidade organizadora.

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A Fundação AIP, entidade organizadora da BTL - Bolsa de Turismo de Lisboa, anunciou esta quinta-feira o adiamento do certame por causa do surto de novo coronavírus (Covid-19).

Em comunicado enviado à Renascença, a AIP explica que as entidades públicas do setor do turismo entenderam que "não estão reunidas as condições para manter a sua participação na BTL 2020 na data prevista para a sua realização, seja através de stand próprio seja através dos diversos eventos inicialmente programados”.

"Deixaram de estar reunidas as condições para poder assegurar a realização da BTL 2020 nas datas originalmente previstas. Assim, com o objetivo de corresponder aos anseios e necessidades de promoção do setor do turismo, entendeu a Fundação AIP adiar a BTL 2020 para os próximos dias 27 a 31 de Maio."

Pouco antes, à margem da sessão de abertura dos Workshops Internacionais de Turismo Religioso a decorrer em Fátima, a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, tinha adiantado que está diariamente em contacto com a organização da BTL e admitido que estavam em marcha diligências para adiar a feira.

“Estou em contacto diário com a organização do evento. É uma situação complexa. O setor [do turismo] está todo alinhado”, pois a BTL “é um evento importante, deu muito ao turismo, dará, seguramente, muito mais ao turismo. E estamos todos juntos a tentar que o evento seja adiado, para que possamos continuar a trabalhar no mesmo registo de normalidade, que tem sido o privilegiado até aqui”, disse a governante à saída da sessão de abertura dos Workshops Internacionais de Turismo Religioso.

Quanto aos reflexos do surto de Covid-19 para o setor, Rita Marques sublinhou que “a maior preocupação é o tempo que durará esta crise”.

“Quanto mais tempo demorar, mais temos consequências. Estamos atentos. Sabemos que há um impacto em todos os setores. No setor do turismo há, de facto, um impacto, dada a sua natureza de negócio e esperamos ter todas as condições para recuperar rapidamente e para, no segundo semestre, podermos acelerar o crescimento e mitigar a situação que atualmente vivemos”, afirmou a secretária de Estado.

Questionada sobre os efeitos que podem ser sentidos a curto prazo, Rita Marques reconheceu que “a época da Páscoa e o maio mariano [peregrinação a Fátima]” são importantes para o setor, mas apontou para as medidas que o Governo está a preparar para fazer face à crise, nomeadamente a linha de crédito anunciada na quarta-feira pelo primeiro-ministro no parlamento.

“Estamos com a artilharia pesada a delinear estratégias, medidas, melhores práticas, que possamos rapidamente vir implementar no caso de ser necessário”, disse a secretária de Estado.

“É importante tranquilizar os empresários e os operadores turísticos, de que o Governo está solidário e empenhado em poder mitigar” os efeitos deste surto no setor, sublinhou.

Na quarta-feira, o Turismo de Portugal anunciou o cancelamento da sua participação presencial na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), a exemplo das estruturas regionais de turismo do continente, Açores e Madeira e de outras sete associações do setor.

De acordo com um comunicado a que a agência Lusa teve acesso, aquelas entidades “entendem que, atentas as últimas recomendações da Direção-Geral da Saúde no que toca à organização de grandes eventos e ponderadas todas as condicionantes, não estão reunidas as condições para manter a sua participação na BTL 2020 na data prevista para a sua realização, seja através de stand próprio seja através dos diversos eventos inicialmente programados”.

No texto, o Turismo de Portugal frisa, no entanto, que “cientes da importância” da Bolsa de Turismo de Lisboa – agendada para 11 a 15 deste mês – “e considerando o facto de este ser o momento de encontro entre muitos compradores e fornecedores do setor, muitos internacionais”, as 15 entidades signatárias do comunicado “estão a envidar os melhores esforços para manter algumas das ações previstas em formato digital, sem prejuízo da possibilidade de o evento poder decorrer noutra data se assim for decidido”.

Para além do Turismo de Portugal, assinam o documento a Secretaria Regional da Energia, Ambiente e Turismo dos Açores e a sua congénere de Turismo e Cultura da Madeira, para além das entidades regionais de turismo do Algarve, Alentejo, Centro de Portugal, Região de Lisboa e Porto e Norte de Portugal.

O comunicado engloba ainda a Associação de Turismo dos Açores, Associação de Promoção da Região Autónoma da Madeira, Associação Turismo do Algarve, Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo, Associação Turismo de Lisboa - Visitors and Convention Bureau, a Agência Regional de Promoção Turística do Centro de Portugal e o Centro de Inovação do Turismo (NEST).

[atualizado às 14h30]

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