11 mar, 2020 - 00:30 • Redação
As prateleiras de um supermercado da cidade do Porto (na foto) começam a mostrar-se mais vazias na tarde de terça-feira, cerca de uma semana depois do primeiro caso de Covid-19 em Portugal.
A imagem não se repete em todas as superfícies comerciais do país e a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) garante mesmo que os supermercados “estão a funcionar com normalidade”, embora haja um “ligeiro aumento da procura de produtos”.
Noutras superfícies comerciais da Grande Lisboa e Grande Porto, que a Renascença visitou, não há ainda cenário generalizado de escassez de produtos ou rutura de stock.
Mas, afinal, os supermercados começam, ou não, a ter escassez de produtos? “Até ao dia de hoje, quer o consumo, quer o abastecimento de produtos estão a decorrer com total normalidade, não existindo quaisquer limitações na aquisição de produtos. Esta situação é válida quer em loja física, quer nas plataformas online dos nossos associados”, refere a APED, acrescentando que se regista “apenas um ligeiro aumento da procura de produtos”, num “comportamento semelhante ao registado em situações anteriores da mesma natureza”.
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No entanto, e apenas “caso se venha a justificar”, a associação garante que as empresas de distribuição “estarão preparadas para evitar perturbações no fornecimento de produtos e bens essenciais, nomeadamente por privilegiarem a produção nacional”.
Por fim, garantindo que “as empresas têm implementados procedimentos e planos de contingência robustos e eficientes”, a APED faz um apelo: “Que se mantenha a tranquilidade e responsabilidade demonstradas pela população até agora”.
Na comissão parlamentar de Saúde, onde foi esta terça-feira
prestar esclarecimentos sobre a resposta portuguesa ao coronavírus, não
foi de nenhum deputado a pergunta em concreto, mas, sim, da própria
diretora-geral da Saúde: “Uma coisa que me perguntam muito é se devemos
pôr comida em casa ou não?”
E a resposta de Graça Freitas não pode ter sido mais perentória do que foi: “Não açambarquem”. “Não devemos chegar a este ponto. Que cada um de nós recorra à ‘horta’ de um amigo. A última coisa que queremos é que vá toda a gente aos supermercados“, acrescentou.