12 mar, 2020 - 18:39 • Lusa
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Os sindicatos de professores decidiram suspender as ações de luta devido ao surto de Covid-19 e às preocupações com a saúde pública e defenderam o encerramento das escolas como medida preventiva.
A plataforma de sindicatos de professores defendeu que, em termos de educação, as escolas deveriam fechar já, mas que em termos de saúde pública têm de ser as autoridades competentes a tomar a decisão.
A plataforma, que engloba dez estruturas sindicais de professores, reuniu-se hoje em Lisboa para tomar uma posição conjunta contra a falta de resposta do ministro da Educação relativa aos problemas da classe e decretar algumas formas de luta, mas decidiu suspender os protestos face ao surto de Covid-19 e às preocupações com a saúde pública.
Contudo, Mário Nogueira, porta-voz da plataforma e secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), anunciou que vão avançar com uma queixa na Organização Internacional do Trabalho (OIT) contra o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, por ausência de diálogo e negociação, por ignorar os sindicatos em questões em que a lei obriga a que sejam ouvidos, e outras queixas judiciais que não especificou.
Mário Nogueira afirmou que neste momento o mais importante é tratar do combate à Covid-19 e evitar mortes entre professores, alunos e funcionários das escolas, sublinhando que "do lado de lá da barreira está apenas o vírus" e apelou para o bom senso dos jovens para que, não havendo aulas, tenham comportamentos de prevenção para não aumentar o risco de contágio.
O dirigente sindical lamentou que o ministro não tenha ouvido as estruturas sobre o problema desta pandemia e afastou a hipótese de se antecipar as férias da Páscoa para tentar resolver este problema, insistindo que tem de ser decretado o encerramento que deixe clara a necessidade de isolamento profilático dos alunos.
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