16 mar, 2020 - 12:05 • Fátima Casanova , Marta Grosso
As escolas estão vazias, com apenas alguns funcionários nas instalações, enquanto os professores estão em teletrabalho. Mas as avaliações do segundo período estão garantidas, afirma à Renascença o presidente da Associação de Diretores de Escolas Públicas.
“As avaliações estão seguras, porque os professores já tinham, até sexta-feira, elementos de avaliação suficientes, muito para além dos testes que se fazem por período, porque há outras formas de avaliar”, assegura Filinto Lima.
Além disso, acrescenta, “temos ainda estes 15 dias em que o teletrabalho poderá trazer também aos professores outros elementos de avaliação. Ou seja, é seguro que no início de abril os pais tenham acesso às classificações dos seus educandos”.
Na perspectiva do presidente da Associação de Diretores de Escolas Públicas, o momento excecional que o país atravessa e que obriga tantos a trabalhar a partir de casa é um desafio que vai ser superado pelos docentes e que traz novas oportunidades.
“Os professores estão a recorrer ao teletrabalho, usam muito a videoconferência e vão superar, com toda a certeza, mais um desafio que é lançado à escola pública, contando neste caso concreto – e é muito importante – com a colaboração dos pais”, afirmal.
“Os pais têm de estar muito atentos ao trabalho que está a ser desenvolvido em casa entre os seus filhos e os professores e seguramente que, se nós todos nos empenharmos, a situação será ultrapassada com o menor constrangimento possível”, sublinha Filinto Lima.
Este trabalho acaba por representar “uma oportunidade no nosso país para melhorarmos e usarmos mais e da melhor forma possível o digital também no processo ensino/aprendizagem”.
“Sendo um facto negativo aquilo que se está a passar em Portugal e no mundo é uma oportunidade para nós recorrermos mais às novas tecnologias e até melhorar o processo em si de aprendizagem”, conclui.
Nesta segunda-feira, primeiro dia da primeira semana sem aulas por decreto do Governo, apenas 800 estabelecimentos de ensino em todo o país se encontram abertos para garantir o acolhimento dos filhos de trabalhadores de serviços essenciais, como os profissionais de saúde ou das forças de segurança.
O último balanço aponta para um total de 245 casos de infeção por Covid-19 em Portugal, dos quais três já recuperaram.
O país encontra-se em estado de alerta e, na quarta-feira, o Presidente da República deverá decidir se decreta o estado de emergência, como já o fizeram Espanha e Itália.