16 mar, 2020 - 11:38 • Lusa
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O Infarmed insiste que não há dados científicos que confirmem a relação entre qualquer agravamento da infeção pelo novo coronavírus e a toma de ibuprofeno e diz aos doentes que devem manter o tratamento.
Em comunicado, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) reafirma o que a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse no domingo e sublinha: "não há motivo para os doentes que se encontrem em tratamento com os referidos medicamentos [ibuprofeno ou outros anti-inflamatórios não esteroides] o interrompam".
O Infarmed diz que a possível exacerbação das infeções, na generalidade, e a toma de ibuprofeno está a ser avaliada na União Europeia, no Comité de Avaliação de Risco de Farmacovigilância da Agência Europeia do Medicamento (EMA), e deverá estar concluída em maio.
"Espera-se que esta análise, cuja conclusão se aguarda em maio de 2020, permita esclarecer se existe uma associação entre a toma de ibuprofeno e a exacerbação das infeções. Dado que o ibuprofeno é utilizado para tratar os sintomas iniciais das infeções, será extremamente complexo determinar esta relação", explica a nota.
Assim, acrescenta o Infarmed, "não há motivo para os doentes que se encontrem em tratamento com os referidos medicamentos o interrompam".
A Autoridade Nacional do Medicamento recorda ainda que o tratamento sintomático da febre "deve ser realizado através do uso de paracetamol como primeira alternativa", mas sublinha que "não há evidências para contraindicar o uso de ibuprofeno".
"Os dois medicamentos devem ser utilizados com base na informação constante do Resumo da Características do Medicamento e Folheto Informativo", adianta.
O Infarmed aconselha os doentes a respeitarem sempre as indicações dos seus médicos assistentes no uso racional dos medicamentos prescritos.
Esta nota do Infarmed surgiu depois de, no fim de semana, numa publicação nas redes sociais, o ministro francês da Saúde, Olivier Véran, ter desaconselhado a ingestão de medicamentos anti-inflamatórios, como o Brufen, uma vez que poderiam agravar a infeção dos doentes infetados pelo novo coronavírus, que provoca a doença Covid-19. A Renascença já tinha falado com um médico especialista em doenças infecciosas que alertava para a falta de fundamento desta tese.
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