16 mar, 2020 - 13:15 • Joana Gonçalves , Rodrigo Machado
Depois do apelo da Direcção-Geral de Saúde (DGS) e do Governo, para que fossem adotadas medidas de isolamento social, Lisboa e Porto acordaram esta segunda-feira de manhã com as estradas quase vazias e os principais acessos ao centro das cidades bem mais calmos do que o habitual.
Imagens captadas em tempo real no Google Maps mostram um decréscimo acentuado no trânsito entre as 8h30 e as 9h30 desta segunda-feira, em comparação com o mesmo período da semana passada.
A diferença é notável através da mancha gráfica do mapa, que na última segunda-feira, dia 9 de março, apresentava os principais acessos a vermelho, uma indicação de trânsito lento, e que hoje à mesma hora revelava quase todas as vias a verde, sem tráfego.
A cidade do Porto é aquela onde o contraste é mais visível.
O Governo decretou a suspensão de todas as atividades escolares presenciais a partir desta segunda-feira e pelo período de duas semanas. Também as visitas a lares devem ser limitadas e todos os trabalhadores, à exceção dos serviços essenciais, podem optar pelo regime de teletrabalho sem que seja necessário o acordo do empregador.
Discotecas e similares devem permanecer encerradas. Desde o passado sábado e até dia 9 de abril, todos os bares são obrigados a fechar portas às 21h.
E eventos? Só com menos de 100 pessoas, sendo que o consumo de álcool na rua foi proibido. Estão, ainda, suspensas todas as aulas e exames de condução. Visitas a estabelecimentos prisionais e hospitais também passam a apresentar restrições. Se os seus documentos de identificação estão prestes a caducar, tenha calma: o prazo de renovação foi alargado até 30 de junho.
Estas são algumas das medidas excecionais adotadas para tentar travar a pandemia do novo coronavírus -- medidas essas que explicam o súbito decréscimo no movimento rodoviário em Lisboa e no Porto.
O país está em estado de alerta, com os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão. No domingo, Presidente da República anunciou uma reunião do Conselho de Estado para "analisar a situação". A reunião, por vídeoconferência, terá lugar na quarta-feira, altura em que o chefe de Estado deverá declarar o estado de emergência.
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