23 mar, 2020 - 20:04 • José Bastos , Filipe d'Avillez
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A presença de voluntários nos lares de idosos pode ser necessária nesta fase de crise por causa do coronavírus, mas tem de ser encarado com cuidado e cautela, avisa a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social (CNIS).
A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, pediu no domingo que os lares se esforcem para colocar os seus funcionários em regime de rotatividade.
Ana Mendes Godinho reagia dessa forma ao caso de um lar em Famalicão cujos utentes tiveram de ser transferidos porque oito dos funcionários foram diagnosticados com covid-19.
Contactado pela Renascença o padre Lino Maia diz que os voluntários podem ser uma solução, mas adverte para se ter cuidado. “Primeiro andámos a dizer que é preciso evitar visitas, e os voluntários são também de algum modo visitas, e se agora viermos com um discurso para arregimentar voluntários, pode parecer um bocado mudança.”
“Mas é importante haver voluntários, com cautela, com cuidado, para substituir trabalhadores”, conclui.
Há pelo menos duas semanas que os lares de idosos (...)
Já sobre a possibilidade de ter os trabalhadores em rotatividade, o presidente da CNIS diz que para a maioria das instituições é impossível. “As instituições não têm trabalhadores em carteira para eventuais emergências. Não é possível ter mais para alem dos que já estão afetos a estas valências”, afirma.
Já no domingo João Ferreira de Almeida, da Associação de Apoio Domiciliário, de Lares e Casas de Repouso de Idosos (ALI), e Manuel Lemos da União das Misericórdias, tinham advertido para a dificuldade de encontrar recursos humanos para funcionar dessa forma, sobretudo no interior.
O Governo anunciou esta segunda-feira a criação de uma equipa multidisciplinar de acompanhamento permanente dos lares que pode ser chamada em caso de emergência, enquanto as Forças Armadas podem ajudar na higienização de lares.