24 mar, 2020 - 12:33 • Eduardo Soares da Silva
Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, estima que cerca de três mil portugueses continuem a precisar de apoio para regressar ao país. O ministro foi ouvido, esta terça-feira, numa audiência parlamentar requerida pelo PSD.
"Uma estimativa dos casos resolvidos e pendentes é algures entre os dois e três mil portugueses, que são viajantes ocasionais ou estudantes, que ainda precisam do nosso apoio para voltar a Portugal. É a minha melhor estimativa", começa por dizer.
Santos Silva acredita que não devem surgir grandes problemas para os portugueses que estejam em países europeus, com exceção de Espanha e Itália.
"As fronteiras estão abertas e vigora o princípio da mobilidade. Mas há exceções ditadas por restrições de natureza sanitária. Acertamos com os espanhóis que as fronteiras terrestres só estariam abertas em nove pontos e as ligações aéreas, ferroviárias e marítimas estariam estariam suspensas, mas isso não impede portugueses de regressarem. Em Itália, a mesma situação", afirma
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Casos mais complicados e voos marcados
O ministro esclarece que há países em que o processo de repatriamento é mais complicado em países que fecharam as fronteiras com países europeus.
"Os casos mais difíceis são aqueles que por decisão unilateral dos países, cortaram ligações aéreas com os países europeus, ou até foi imposta a lei marcial. Enquanto durar essa interdição, estão impedidos de voltar. Temos realizado operações a nível nacional e europeu para pedir exceções para o efeito específico do regresso de cidadãos portugueses", explica.
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Nesse sentido, Santos Silva deixa elogios aos países africanos de língua portuguesa, já com voos marcados para as próximas horas.
"Há países que têm sido extremamente cooperativos e que quero agradecer, como países africanos de língua portuguesa. Hoje vamos fazer voos para a ilha do Sal e Praia, em Cabo Verde. Amanhã, temos voos marcados para Bissau e S. Tomé e Príncipe. Amanhã temos ainda um voo para Luanda e ontem tivemos para Moçambique", explica.
Venezuela merece particular atenção por parte do ministro, devido às sanções decretada pelos Estados Unidos da América
"Na Venezuela, as decisões de suspender as ligações aéreas, somam-se a suspensão dos voos da TAP de Lisboa para Caracas. Os efeitos são ainda mais graves por causa das sanções decretadas pelos Estados Unidos da América. Uma das orientações que saiu da reunião de ontem dos Ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia foi para agir junto dos Estados Unidos de forma a permitirem que o 'comércio humanitário' seja excetuado no regime de sanções que aplicaram ao Irão e Venezuela", remata.