26 mar, 2020 - 12:40 • Anabela Góis
A responsável pelo Programa Nacional de Vacinação, Teresa Fernandes, alerta para o facto de grávidas e bebés deverem continuar a fazer as vacinas obrigatórias, garantindo que os centros de saúde estão preparados e não há risco de contágio.
“A prioridade para vacinação são as vacinas até aos 12 meses de idade, inclusivé. Até aos 12 meses, as crianças são protegidas contra 11 doenças que podem ser potencialmente graves. Estamos a proteger contra um sarampo, não queremos surtos de sarampo numa fase em que ainda por cima temos uma epidemia desta gravidade de covid-19. Portanto, não queremos sarampo, não queremos tosse convulsa, que também é muito fácil de transmitir, não se vê tétano em crianças há muitos anos, mas não podemos mesmo deixar de vacinar contra esta doença. Há três bactérias que podem provocar meningites e outras doenças invasivas nestas crianças muito pequenas e para as quais não podemos mesmo descurar a vacinação”, diz a responsável à Renascença.
O alerta surge pelo facto de, nas últimas semanas, haver registo de uma quebra na taxa de vacinação devido aos receios de contágio pela Covid-19.
O mesmo aviso serve para as grávidas que têm de levar vacina para a tosse convulsa para proteger os recém-nascidos até que possam ser vacinados, o que só acontece a partir dos dois meses de idade:
“A vacinação contra a tosse convulsa na gravidez é recomendada entre as 20 e as 26 semanas de gestação e nós estamos a relembrar que não pode ser adiada para além das 28 semanas. Entre as 28 e as 32 semanas devem mesmo ir vacinar.”
Teresa Fernandes garante que os centros de saúde estão preparados. Não há riscos: "Não há que temer ir ao centro de saúde vacinar-se porque os circuitos para a vacinação e para as consultas de saúde infantil são diferentes. São separados da receção de doença aguda principalmente de Covid-19. Não devem temer ir à vacinação até porque é absolutamente essencial. Devem adiar-se consultas não urgentes mas as consultas de saúde infantil e a vacinação não podem ser adiadas.”
Para garantir que não há pessoas na sala de espera a responsável pelo Programa Nacional de Vacinação aconselha a marcação prévia da vacinação por telefone ou através de email.
Os alertas e recomendações da Direção-geral da Saúde estão, aliás, publicados num comunicado com indicações para os pais que pode consultar no site oficial da DGS.
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