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Coronavírus. Milhões de máscaras continuam em falta nos Cuidados Continuados

27 mar, 2020 - 20:08 • Hugo Monteiro

O alerta é da Associação Nacional dos Cuidados Continuados que critica a forma como o Governo tem esquecido o setor.

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A Associação Nacional dos Cuidados Continuados alerta para a falta de milhões de máscaras e outro equipamento de proteção nas unidades de cuidados continuados do país.

O presidente da associação, José Bourdain, lamenta que, duas semanas passadas desde o início da crise sanitária, ainda nenhum material tenha sido enviado para estas unidades.

Em entrevista à Renascença, revela que “ainda não chegou nada” e que não tem “qualquer expetativa de que chegue”. Uma situação que já leva “a maior unidade de cuidados continuados do país, que se situa em Mafra, a entrar em desespero”, porque não tem o material necessário.

As unidades de cuidados continuados têm ultrapassado a situação com recurso a soluções “imaginativas”. “Procuramos esterilizar o material que usamos, nomeadamente as máscaras, mas temos receio que os filtros fiquem danificados”, explica José Bourdain.

Serão “vários milhões de máscaras” que as unidades de cuidados continuados necessitam, para fazer face às necessidades. Mas, se a situação se complicar, “estaremos a falar de dezenas de milhões de máscaras, luvas e outro tipo de material”. Um quadro que José Bourdain compreende que não seja compreensível para muita gente “porque não fazem a mínima ideia das necessidades que existem para entrar no quarto de uma pessoa infetada”.

Unidades de cuidados continuados esquecidas pelo Governo

O presidente da Associação Nacional de Cuidados Continuados lamenta o que diz ser a forma como Governo e PR têm esquecido o setor. Lamenta, ainda, a falta de apoio económico para as unidades de cuidados continuados.

Um exemplo disso mesmo são as medidas recentemente anunciadas pelo Executivo para o setor social. “Setor social, aumentos de 3,5% e mais uma vez as unidades de cuidados continuados ficaram a zero. Precisam muito de nós para acudir aos hospitais, porque somos uma espécie de hospitais de retaguarda. Mas quando chega a hora de nos dar dinheiro e condições materiais para trabalhar, não nos dão rigorosamente nada”, critica José Bourdain.

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