28 mar, 2020 - 00:01 • Redação com Lusa
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[notícia atualizada às 7h00 com informação sobre o final da operação]
A transferência dos idosos que vivem numa residência sénior da Maia, onde ocorreram duas mortes devido à covid-19, começou esta sexta-feira à noite, numa operação em articulação entre a direção da instituição e a câmara local. Ao todo, serão 58 os idosos da residência sénior que pertence à instituição O Amanhecer da Criança, localizada em Pedrouços, no concelho da Maia, que vão ser transferidos para uma unidade hoteleira, conforme anunciou esta tarde a autarquia em comunicado.
Já em declarações aos jornalistas à porta da instituição, o presidente da residência, José Manuel Correia, fez um ponto de situação sobre o número de infetados no lar, número que subiu para 25 utentes após conhecidos resultados de testes feitos esta semana. Somam-se 10 funcionários infetados pelo novo coronavírus que permanecem em casa.
José Manuel Correia acrescentou que aguarda o resultado de testes realizados a 30 utentes e a quatro idosos que foram, por decisão da direção do lar, encaminhados ao Hospital de São João, no Porto.
Cerca de 50 testes realizados a utentes e funcionários revelaram negativo num lar que registou, até agora, duas mortes, uma no domingo (um homem de 91 anos) e outra na quarta-feira (uma mulher de 90), devido à pandemia de Covid-19.
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"Amanhã [sábado] às oito da manhã, entra uma equipa especializada de desinfeção na residência e no domingo todos podem regressar", disse José Manuel Correia, deixando um agradecimento à autarquia local e um elogio à "equipa extraordinária" do lar que, acrescentou, "está há cinco dias sem ir a casa".
A operação de evacuação do lar está a ser coordenada pelo Serviço Municipal de Proteção Civil da Maia, distrito do Porto, com o apoio da Polícia de Trânsito que cortou algumas artérias à volta da instituição. Idosos e funcionários estão a ser levados em carrinhas e autocarros para uma unidade hoteleira, sendo os custos da operação e da estadia assegurados pela Câmara da Maia, conforme anunciou esta tarde o presidente, António Silva Tiago.
De acordo com a Câmara da Maia, na unidade hoteleira os utentes serão mantidos isolados em quartos individuais e acompanhados por pessoal e corpo clínico da instituição, sendo que todos aqueles que tenham testado positivo, ou que estão a aguardar resultado, ficarão num piso inferior da unidade hoteleira.
"Lamento profundamente a duplicidade de critérios, já que em Vila Nova de Famalicão e Vila Real [referindo-se a outros casos de lares que têm registado alto risco de contágio covid-19] toda essa operação foi assumida pela administração central. A indecisão atrasou a operação que a Câmara Municipal vai agora realizar", referiu António Silva Tiago.
Também de acordo com a autarquia, na unidade hoteleira os utentes serão mantidos isolados em quartos individuais e acompanhados por pessoal e corpo clínico da instituição, sendo que todos aqueles que tenham testado positivo, ou que estão a aguardar resultado, ficarão num piso inferior da unidade hoteleira. Já os restantes serão realojados em andares superiores, com um piso de segurança entre eles sem ocupação.
Cerca de 50 operacionais e 25 viaturas foram mobilizados para transferir esta sexta-feira os 53 idosos com covid-19 do lar de Vila Real para um hospital privado, na “maior operação sanitária de sempre” realizada neste concelho.
Em Vila Real, a operação terminou às 5h00 deste sábado.
No domingo, foi detetado o primeiro utente com o novo coronavírus no Lar de Nossa Senhora das Dores, localizado no centro da cidade de Vila Real. Ao longo da semana o número de infetados ascendeu aos 88, entre funcionários e utentes, e hoje, depois de dias de impasse, concretiza-se a evacuação da instituição particular de solidariedade social.
Os 53 utentes vão para o Trofa Saúde Hospital, uma unidade de saúde privada em Vila Real.
As duas primeiras ambulâncias que transportavam os idosos saíram do lar pelas 21h15, escoltadas por motas da polícia, dando início a uma ação que foi classificada pelo presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, como “a maior operação sanitária de sempre” no concelho.
No total, segundo informou a autarquia, foram mobilizados 50 operacionais e 25 viaturas, entre bombeiros, PSP, Cruz Vermelha Portuguesa, Exército e Proteção Civil. Só dos bombeiros foram acionados 21 homens, 11 viaturas e dois carros de comando das duas corporações do concelho de Vila Real: Cruz Banca e Cruz Verde.
Os operacionais com contacto mais próximo com os idosos usaram os devidos equipamentos de proteção individual, como fatos, luvas, máscaras, toucas e viseiras.
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O Trofa Saúde, em Vila Real, disse estar a “mobilizar todos os recursos técnicos e humanos, em parceria com o Serviço Nacional de Saúde (SNS), para se constituir como o primeiro hospital privado da região a receber doentes com covid-19”. “A nossa prioridade passa por garantir a continuidade da prestação de cuidados de saúde a estes idosos, como também evitar a propagação da infeção”, salientou em comunicado a unidade hospitalar.
Os utentes terão um acompanhamento clínico por parte das equipas do Trofa Saúde, que serão apoiados por profissionais do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD).
Rui Santos disse que, neste momento, o hospital privado está “sem ocupação”, o que “permitirá que os utentes possam lá estar durante o tempo necessário para que o lar possa ser desinfetado e recuperado”. “O que é importante é ter os utentes em boas condições, em segurança e a serem bem tratados”, salientou.
Depois da evacuação do lar, no sábado será feita a desinfeção da instituição por uma equipa do Exército.
Os nove funcionários que saem também esta noite do lar vão para as suas casas cumprir o isolamento profilático decretado pela delegada de saúde.
Esta operação resulta, de acordo com Rui Santos, de um esforço conjunto entre o Ministério da Saúde, através do CHTMAD e do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Marão e Douro Norte, dos ministérios da Segurança Social e da Defesa, através do Exército, dos bombeiros, Cruz Vermelha Portuguesa e das forças de segurança.
Devido à cadeia de contacto identificada no Lar de Nossa Senhora das Dores, a câmara acionou na terça-feira o plano de emergência municipal. A autarquia explicou que esta ativação decorreu essencialmente da “necessidade de aprofundar a articulação entre as várias entidades com um papel na pandemia de covid-19 e de centralizar a informação sobre todas as questões relacionadas com o combate”.
Portugal regista hoje 76 mortes associadas à covid-19, mais 16 do que na quinta-feira, e o número de infetados subiu para 4.268, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde. O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 572 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 26.500.
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