Porto resiste ao cerco no dia em que se ultrapassa os 35 mil mortos no mundo

30 mar, 2020 - 21:28 • Filipe d'Avillez

Dois terços dos mais de 35 mil mortos por coronavírus no mundo estão na Europa, onde esta segunda-feira França teve um novo recorde de óbitos e Espanha e França registaram o mesmo número. Este também foi o dia em que se confirmou o primeiro caso de um cardeal infetado com covid-19, precisamente o braço direito do Papa Francisco para a diocese de Roma.

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Rui Moreira zangado com a DGS. Foto: Fernando Veludo/Lusa

PORTUGAL

A cidade do Porto e a DGS estão de costas voltadas e o ministro da Educação confirma que professores e alunos só se devem voltar a ver este ano através de um ecrã. Há testes para os lares de idosos, mas será que chegarão aos lares ilegais?

Na cidade do Porto existe um bairro que é o Cerco e Rui Moreira deixou claro esta segunda-feira que não quere ouvir falar em mais nenhum. Graça Freitas anunciou que estava a ser contemplado um cerco sanitário para a segunda maior cidade do país e o assunto levou o autarca a dizer que já não reconhece a autoridade da diretora-geral da Saúde. Gaia, cidade vizinha, também se meteu ao barulho, acusando a DGS de irresponsabilidade.
A decisão da DGS foi motivada pelo aumento de casos na cidade do Porto. Estas mais que duplicaram de ontem para hoje, num dia em que o número de mortos no país passou para 140. Há ainda 853 profissionais de saúde infetados e o número de pessoas detidas por desobedecer ao Estado de Emergência subiu para 81.
O ministro da Educação foi convidado da Renascença esta manhã e anunciou que as aulas do terceiro período devem ser feitos à distância.
Supostamente começaram a ser distribuídas máscaras nas prisões esta segunda-feira, mas os guardas dizem que ainda não as viram no terreno. Foi também anunciado que existem 10 mil testes para fazer nos lares de idosos, mas será que os inúmeros lares ilegais que existem no país vão ser abrangidos? A Renascença falou ainda com pais que querem descontos nas mensalidades de creches e jardins de infância e soube que as grávidas com coronavírus poderão ter de ser separados dos seus bebés à nascença. Já os estafetas de comida vão fazendo o que podem para se protegerem, mas estão por sua conta.
A Madeira achou por bem proibir a compra de jornais, como medida de evitar a propagação do coronavírus. Depois mudou de ideias.

Casos de coronavírus em Portugal

MUNDO

Ultrapassada a barreira dos 35 mil mortos, Orban governa por decreto e regista-se o primeiro cardeal com coronavírus.

Nos últimos dias sucedem-se os recordes em números de mortos. Hoje foi a vez de França registar o maior número desde o início da pandemia, com mais de 400. Em Espanha e em Itália registaram-se, por coincidência, exatamente o mesmo número de mortos: 812. No total, no mundo, já morreram mais de 35 mil pessoas.
Grupos defensores dos direitos humanos e membros da oposição na Hungria estão preocupados com o facto de o primeiro-ministro Viktor Orban ter assumido poderes de governar por decreto durante o Estado de Emergência naquele país.
A um mundo de distância, o presidente do Brasil tem visto o Twitter apagar alguns dos seus vídeos, por contrariarem as indicações de saúde para o coronavírus. Entretanto os piratas informáticos estão a dedicar-se a atacar as plataformas de videoconferência, aproveitando o grande afluxo a estes mecanismos, por causa do teletrabalho.
O braço direito do Papa para a diocese de Roma está com coronavírus. Está internado, mas a sua condição de saúde não inspira grandes preocupações, segundo um comunicado.
Mas nesta guerra contra o coronavírus nem tudo são más notícias. Os cientistas do mundo continuam a trabalhar em contrarrelógio e nesta altura há 20 vacinas e 30 medicamentos em fase de desenvolvimento.

Casos de coronavírus no mundo

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